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«Agulhas de croché» na Edição Nacional por Jorge Reis-Sá

Edição Nacional Jorge Reis-Sá

Tinha 15 anos. O décimo ano correra-me muito bem, ia acompanhar a equipa de voleibol ao Algarve para participarmos num torneio — e eu a distribuidor titular. Feliz com a vida, com o universo e com tudo o mais, aproveitei o intervalo de um dos jogos do Euro’92 para ir dar uma volta de bicicleta. Uma BMX vermelha e branca, daquelas que acompanha a memória de todos.
Cantava os Queen, disso tenho a certeza. Freddie Mercury morrera há seis meses e os meus pais tinham-me dado nesse Natal a minha primeira aparelhagem — uma Tensai com direito a tudo: vinil, cassetes e, incrivelmente, leitor de cd’s. Descia pela ladeira que vai da igreja ao campo de futebol, estrada de paralelo e a chuva de trovoada que caíra há umas horas. E eu? Sem as mãos no guiador, claro. Ele começou a trepidar e quando lá cheguei para o agarrar, já não estava. Caí como gente grande — diz o Sr. Vítor, que guiava o carro que me socorreu, que ia a mais de cinquenta a hora, numa BMX, numa ladeira de paralelo, sem as mãos no guiador.
Entrei no carro, a bicicleta ficou no chão. Baixei o espelho do lugar do passageiro e vi a cara toda ensanguentada (abrira a cabeça, o sobrolho, esfacelara o rosto) e, num pedaço interessante de comédia involuntária, disse: «Parti um dente.» O Sr. Vítor pensou que o lanho na cabeça tinha de certeza afetado o cérebro.
Do hospital de Famalicão fui de urgência para o S. João, no Porto. Lá passei, com muitos episódios pelo meio, um mês onde acabei operado a um hematoma extradural que ainda hoje me deixou uma cicatriz interessante: um buraco no osso parietal direito do crânio.
Esse mês, com tantas coisas estranhas acontecendo, nomeadamente uma semana à espera para ser operado sem sintomas e outra à espera que o ar saísse da cabeça (esperando não desenvolver meningite), permitiu-me «pensar na vida» — e no universo e em tudo o mais. Tinha 15 anos, e a oferta que o José Janela fez de uma revista da Playboy não ocupava o tempo todo. A mais importante decisão: iria aprender a tocar bateria e, um dia, tocar em Wembley como fizera o Roger Taylor, baterista dos Queen, em 1986.
Por incrível que possa parecer, dizem que é preciso uma bateria para aprender a tocar bateria. Mas isso é para quem não conhece o engenho adolescente: com umas agulhas de croché (daquelas grandes, de tricotar as camisolas de lã que me atormentaram a infância) e alguns exemplares dos livros Disney Especialíssimo, estava montado o espetáculo.
Os livros, portanto. A memória que neles se inscreve, às vezes melhor, outras vezes pior. Lembrei-me de contar isto porque li há uns meses a autobiografia do Dave Grohl. E porque, passado algumas semanas, morreu Taylor Hawkins. Grohl foi o baterista dos Nirvana e é o cantor e guitarrista dos Foo Fighters. Hawkins começou como baterista da banda da Alanis Morissette (na altura do «Jagged Little Pill», que é quando interessou) e tornou-se baterista da banda de Grohl. Eram os melhores amigos um do outro, de uma cumplicidade evidente.
Nota-se isso no livro. Mas o livro não cumpre a expetativa. A questão é se o problema está no livro ou na expetativa. Talvez na segunda. Espera-se mais sobre a relação com Kurt Cobain, até sobre a sua autodestruição. E sai-se de lá pensando no desperdício que foi contar assim estas pequenas histórias — o livro chama-se exatamente Storyteller.
Hawkins, esse, morreu com 50 anos, de overdose. Meses depois, primeiro na Inglaterra e depois nos Estados Unidos, juntaram-se tantos amigos aos Foo Fighters e tocou-se em sua homenagem. Neles estavam Brian May e Roger Taylor, que, depois da morte de Mercury e do eremitério voluntário de Deacon, ainda são os Queen. Hawkins começara a tocar bateria por causa de Taylor, como este que vos escreve. E teve este último no seu lugar — e a felicidade que teria sido se o soubesse. Mas não só; e a felicidade aí teria sido certamente maior: no Youtube, é ver o filho de 15 anos a calçar as baquetas do pai e tocar My Hero. Não digo que percam muito a ler do livro do Grohl — ou leiam com poucas expetativas —, mas ganhem tempo a ver o miúdo expulsar a tristeza nos seus Disney Especialíssimo.

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