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«Do erro e outros demónios» na Edição Nacional, de Jorge Reis‑Sá

Edição Nacional Opinião

Acho que nem quando estamos uns com os outros. Nem aí os editores falam dos erros, que a gravidade tende a ser tanta, que mais vale dormirmos sozinhos com os nossos demónios.

Quando falo de errar na edição de um livro, não falo na escolha (embora se converse ainda menos nesses — afinal todos os editores só têm casos de sucesso). Falo, isso sim, de erros que podemos chamar técnicos, de esquecimentos, de trocas, de gralhas demasiado evidentes, de vergonha e mais vergonha.

Quando comecei a editar livros, pensei que uma forma de conseguir algum retorno para investir nos que desejava ver nas livrarias sem mais, era prestar o serviço de edição. Ou seja: em vez de um autor fazer uma péssima edição de autor, com o papel que o tipógrafo tinha em sobra na fábrica e que podia impor à ignorância habitual do autor, com uma paginação sem sal, sem revisão de espécie alguma, uma capa feita no Photoshop e, claro, sem qualquer distribuição, em vez disto, dizia, prestaríamos o serviço de editar um texto e depois de o distribuir. (Se o texto «merecia» ou não ser editado, é outra conversa, que nos levaria longe. A minha tese? Não há textos sem merecimento na edição. Pode é haver textos que não mereçam, depois, ser lidos. Talvez um dia cá volte.)

Escusado será dizer que também eu estava a aprender. Claro que, do cimo da vintena e meia de anos, a irreverência era muita e até parecia que já sabia tudo. Mas a verdade é que nos escudavam na gráfica onde fazíamos os livros das Quasi para que os papéis fossem os melhores (parecidos, exatamente, com os das Quasi), aprendia eu mesmo a paginar, tentando não errar muito e entregávamos a capa a um excelente atelier de design. A distribuição, essa, era feita como se de um livro das Quasi se tratasse.

Um dos primeiros livros era o do senhor Manuel Oliveira. Com uma idade já considerável, uma profissão proletária (não me recordo qual) até à reforma, a quarta classe e um fascínio enorme por Júlio Dinis, o senhor Manuel Oliveira, um simpático homem de Oliveira de São Mateus, queria publicar o seu primeiro romance. E nós dissemos que sim, que lhe prestaríamos o serviço, tratando-o editorialmente como se fosse Beckett, Kafka ou Pessoa.

O livro tinha como título O Crime do Giestal e o senhor Manuel Oliveira queria uma casa a arder na capa. Percebi anos depois que também o atelier de design estava a iniciar o seu percurso, por isso não se usou banco de imagens, fotografias existentes aqui ou ali. Resolveu fazer-se CGI de capas e colocar chamas numa fotografia retirada não sei de onde. Podem vê-la em baixo, num trabalho merecedor de hossanas pela ILM de George Lucas. Mas a verdade é que o senhor Manuel Oliveira ficou contentíssimo. Era exatamente aquilo que queria, nem acreditava que o seu livro ia ter existência física da forma que sempre o pensou. O livro fez-se e todos ficámos felizes. Pelo menos até ter vindo da gráfica.

Quem se mexe no meio dos livros sabe das gralhas, esse flagelo que, como os bichos da prata no papel, se passeia no meio das páginas. E sabe também como um revisor ou editor se detém nos pormenores, para que nada falhe. Mas, por vezes, há pormaiores.

O atelier de design tinha-se esquecido de uma coisa na capa. Revimo-la claro, num PDF aberto no monitor, e não lhe notamos qualquer falta, qualquer gralha. Até que o livro chegou e se percebeu uma coisa muito interessante: o atelier tinha-se esquecido de colocar a biografia na badana da capa. Quando revimos o livro no monitor, na badana da esquerda estava texto (um excerto do livro, julgo) e nem nos lembrámos que ele queria muito a biografia na outra. Note-se que não tinha uma gralha, a capa! «Só» faltava um texto enorme… Mas sem gralhas!

Resolveu-se com um autocolante. Não ficou mal, mas doeu-nos o coração. A outra forma era retirar as capas e colocar novas mas o senhor Manuel Oliveira sentia isso como uma dor só. Fazer novo livro estava fora de questão, ele já tinha visto aquele, era aquele que queria. E foi assim que ficou. E foi assim que aprendi que a atenção aos pormaiores também é importante. E que, claro, nunca mais errei.

Quem dera. Já imprimi o livro a partir do ficheiro das primeiras provas (ou seja, sem as emendas da revisão) — esse foi todo para o lixo. Já percebi quase na boca da máquina gralhas no título. Já editei dois livros com gralhas no nome das autoras na lombada (um foi para o lixo, o outro continuou sem o «s» para sempre). Já fiz muita asneira. O que me vale é que a percentagem não é assim tão alta. Terão sido meia dúzia de erros crassos em quase 1500 títulos ao longo de 20 e poucos anos. Mas tendo a ser como alguns guarda-redes: quando dão um frango, não é bem um frango, é mais um peru.

Não sei o que é feito do senhor Manuel Oliveira. Por vezes reuníamos na Bezerra, um salão de chá à antiga, em Famalicão, onde ele colocava o pão no galão, fazendo as sopas que, só a alguns, pareciam desajustadas num cenário tão burguês. A mim, nunca me pareceram. O senhor Manuel Oliveira permitiu-nos fazer-lhe mais quatro livros depois desse. E tenho pena que o tempo tenha passado e eu não lhe possa pedir agora uma desculpa ainda mais forte por ter sido demasiado jovem para o livro que me colocou nas mãos.

 

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