Mário Dionísio nasceu a 16 de julho de 1916, em Lisboa, onde faleceu a 17 de novembro de 1993.
Homem das artes e das letras, Mário Dionísio foi também um forte opositor à ditadura de Salazar e de Marcelo Caetano.
Entre 1936 e 1988 publicou poemas (que foram reunidos em Poesia Completa, Imprensa Nacional, 2016), contos (O Dia Cinzento, 1944, reescrito em 1967; Monólogo a Duas Vozes, 1986; A Morte É para os Outros, 1988) e um único romance, Não Há Morte nem Princípio (1969).
Na ecrita de Mário Dionisio é evidente o rompimento com a escrita tradicional. Autor de inúmeros ensaios, muitos dos quais sobre pintura, de que o principal é A Paleta e o Mundo (1956-1962), desde sempre escreveu em jornais e revistas (crítica literária e de artes plásticas, crónicas sobre assuntos vários). Prefaciou obras de Manuel da Fonseca, Carlos de Oliveira, José Gomes Ferreira, José Cardoso Pires, Alves Redol. Nos ensaios, artigos, prefácios é central a questão do realismo, dos novos realismos, da relação entre arte e sociedade.
Desde muito cedo, pintou. Organizou as primeiras Exposições Gerais de Artes Plásticas, onde expôs até 1954. Mas a sua primeira exposição individual de pintura realizou-se apenas em 1989, aos 73 anos. Abandonaria a escrita. No fim da vida só pintava.
Licenciado em Filologia Românica, Mário Dionísio foi professor toda a vida: de Português e de Francês no ensino secundário e, já depois do 25 de Abril, de Técnicas de Expressão do Português na Faculdade de Letras de Lisboa.
Contou tudo isto numa pequena Autobiografia (1987).