“(…) Grande protecção tem recebido sempre este Estabelecimento do Governo de Sua Magestade; a nenhuma Administração porém deveu ele tanto como à de V. Ex.ª, que na importante comissão de que se dignou encarregar-me para o seu completo melhoramento, o ajudou poderosamente nos esforços e sacrificios que era necessário fazer para conseguir esse desejado fim. Estes mesmos esforços e sacrifícios o colocam temporariamentenuma tal situação de apuro, que se V. Ex.ª o não auxiliar eficazmente para sair dela, tarde, e com grande dificuldade, se realizarão os interessantes resultados que V. Ex.ª teve em vista, e que eu não hesito em afiançar, se me não faltarem de todo os poucos meios mais de que para isso careço. V. Ex.ª sabe o considerável alcance que essa Repartição contraiu para prover-se dos dispendiosos objectos de que precisava; e que para tirar o devido partido deles, tem sucessivamente de fazer despesas extraordinárias para a sua colocação e conveninente arranjo. É portanto evidente que em nenhumas circunstâncias se acharia esta Repartição menos habilitada para fazer face à despesa considerável das impressões inteiramente gratuitas para o Ministério do Reino. Serviu-se V. Ex.ª mandar-lhe dar o auxilio de 1:000.000 réis em Dezembro de 1842 para atenuar o grande desfalque [sic.] da muito maior soma em que nesse ano importaram os impressos feitos por ordem do mesmo Ministério. No ano próximo passado importaram estas em 1:842.086 réis, as requisições que tenho a satisfazer ordenadas por V. Ex.ª já neste ano, e a impressão da conta do Ministério que acabo de receber deverão custar aproximadamente 1:000.000 réis; e assim haverá um total de despeza de 2:842.086 réis. Neste estado é óbvio que hei-de achar-me em invencíveis embaraços para satisfazer as determinações de V. Ex.ª, e principalemente para fazer aprontar com a brevidade exigida, e que eu muito desejo, a conta do Ministério. Rogo portanto a V. Ex.ª que servindo-se tomar em consideração o que acabo de lhe expôr, se sirva mandar dar a essa Repartição o auxilio de 2:000.000 réis. Em todos os tempos tem sempre o Ministério do Reino dado à Imprensa Nacional semelhantes socorros; V. Ex.ª mesmo encetou generosamente esta prática. Não é possível, que a Imprensa Nacional faça os dispendiosos melhoramentos que tem feito, e possa cobrir com o seu lucro a importancia de tantas impressões gratuitas. Quando ela estiver completa, o que em poucos meses espero conseguir graças ao ilustrado interesse que V. Ex.ª tem manifestado por ela, para muito mais conto eu que possa chegar o produto do seu trabalho. (…) Lisboa etc. 27 de Janeiro de 1844. = Ill.mo e Ex.mo Snr. António Bernardo da Costa Cabral. = O Administrador Geral – J. F. Pereira Marecos.” (pp. 36-38)