Inaugurada em 2017, a iniciativa «Arte em São Bento» pretende valorizar obras de arte contemporânea portuguesa, entre pintura, fotografia e escultura, e promover a proximidade dos cidadãos aos centros de soberania e decisão, abrindo as portas da Residência Oficial a visitas públicas.
Arte em São Bento 2017-2019 é o catálogo das três primeiras exposições de arte contemporânea portuguesa que estiveram patentes na Residência Oficial do Primeiro Ministro, no Palacete de São Bento, em Lisboa.
A presente edição bilingue (português/inglês), além de ilustrar este trabalho, é complementada com textos de especialistas que revelam as opções adotadas. Entre eles: José Manuel dos Santos, Suzanne Cotter, João Pinharanda e Isabel Carlos.
O Primeiro Ministro, António Costa, inaugura o catálogo com o texto «Um Novo Rosto do País», que pode ler aqui.
A Residência Oficial não é a casa particular do Primeiro-Ministro. É um local de trabalho e de representação do País.
Por isso, deve ser, tanto quanto possível, um espaço aberto aos cidadãos e uma montra de Portugal e dos portugueses.
Iniciada a tradição de abrir a Residência na celebração do 25 de Abril, nas últimas duas décadas, os jardins de São Bento acolheram obras de arte pública produzidas especificamente para a ocasião, oferecendo companhia e contemporaneidade à estatuária de Leopoldo de Almeida. Obras de João Cutileiro e de José Pedro Croft foram ocupando o seu lugar nos jardins da Residência Oficial, a que se juntaram, nestes quatro anos, uma escultura generosamente oferecida por Vhils e um painel de azulejos da primeira mulher que aqui se expõe, Lourdes Castro.
Um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa permitiu-nos dar um passo em frente: abrir gratuitamente os jardins ao público todos os domingos, assegurando a autarquia a manutenção e limpeza dos mesmos.
Foi neste espírito de abertura à cidadania que surgiu a ideia da Arte em São Bento. Para além da representação política, aqui podemos ter igualmente a representação da criação cultural contemporânea, que é também um rosto do nosso país.
Como ideia puxa ideia, porque não propor uma experiência inédita? Porque não oferecer maior visibilidade e reconhecimento a coleções privadas, aos artistas, à produção artística mais atual, enfim, a todos os que contribuem para a dinâmica da arte contemporânea portuguesa?
Assim, definimos um critério e uma metodologia: convidar, todos os anos, uma coleção privada de fora de Lisboa a expor na Residência Oficial obras de artistas contemporâneos portugueses, cabendo aos colecionadores indicar os curadores da exposição. Começámos em 2017 com Serralves, continuámos em 2018 com António Cachola, e, em 2019, com Norlinda e José Lima. Porto, Elvas e São João da Madeira vieram até São Bento, com o desejo de que estas exposições incentivem os visitantes a ir à descoberta do muito que têm para mostrar as coleções e os territórios onde residem.
É claro que esta Residência não é um museu nem uma galeria. É um espaço de trabalho onde cada área tem uma funcionalidade específica, pelo que a seleção das obras foi um desafio que os curadores Suzanne Cotter, João Pinharanda e Isabel Carlos enfrentaram com imaginação, recriando sempre os distintos espaços em que trabalharam.
Este catálogo das três primeiras exposições ilustra o seu trabalho, mas constitui também um compromisso de continuidade nesta renovada legislatura. E também uma vontade de se alargar a outros domínios — ao design, à indústria, à gastronomia, às muitas oportunidades que a criação contemporânea nos oferece.
Agradeço aos artistas, colecionadores e curadores que tornaram possíveis estas exposições, e aos cidadãos que fazem sua esta Residência, que é mesmo de todos os portugueses.