Inês Fonseca Santos, escritora, e Mantraste, ilustrador, juntaram-se para te contar a história de um homem extraordinário: António Variações.
Provavelmente já ouviste falar dele e certamente já o ouviste cantar na rádio ou na televisão e se calhar até sabes algumas das suas canções de cor. No entanto, este homem de que te falamos já morreu há quase 40 anos! Há 37 anos para sermos mais precisos.
António Variações foi um meteorito no panorama musical dos anos 1980 do século XX português e uma das suas figuras mais exuberantes. Abalou tudo e todos com o seu jeito de ser e cantar. Vanguardista e com uma personalidade muito original, que na época chocou muita gente (vivia-se a transição da ditadura para o Portugal europeu), António Variações deixou à música portuguesa um som único e inovador: moderno e ao mesmo tempo enraizado na tradição popular.
Além de músico, António Variações era também o letrista das canções que interpretava. As suas canções sobreviveram ao tempo e tornaram-se verdadeiros hinos de liberdade. E é por isso que António Variações é hoje considerado uma grande vida portuguesa. Vários tributos lhe têm sido feitos: filmes, álbuns de covers e o ano passado o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou-o, no Palácio de Belém, a título póstumo, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Agora a Imprensa Nacional e a Pato Lógico trazem-te António Variações. Fora de Tom, de Inês Fonseca Santos e Mantraste. Este título pertence à coleção «Grandes Vidas Portuguesas», uma coleção que nasceu em 2014 de uma parceria entre a Imprensa Nacional-Casa da Moeda e a Pato Lógico, dedicada às vidas de personalidades que se destacaram em vários domínios da História de Portugal.
«Escrever sobre alguém que se admira e se ama desde a infância pode parecer tarefa impossível. E, de certo modo, é. Mas a escrita, como a música, faz-se de impossíveis, da insistência nessa impossibilidade. Aprendi-o com várias pessoas – uma delas foi António Variações. Nos idos anos 80, a minha avó materna, também ela pessoa fora de tom, tinha os discos do Variações. Punha-os a tocar no gira-discos e dançávamos as duas, felizes. Terei descoberto aí, numa pequena sala de móveis austeros e flores à espreita, a beleza do ritmo, da cor, da liberdade. Terei descoberto aí o que é crescer com Variações na voz. Não sei definir com exatidão o que foi escrever este livro; talvez possa afirmar que foi como aceder a um lugar de encontro com momentos que me emocionam. Foi sem dúvida um desafio feliz porque implicou aliar factos e poesia, realidade e imaginação. Implicou ainda regressar a um país cinzento que conheci mal por ser filha da democracia e compreender que o território da liberdade que Variações ampliou tem ainda quilómetros por conquistar. Também por isso continua a ser importante conhecer esta vida e esta voz, revivê-las, nunca esquecê‑las.»
(Inês Fonseca Santos)
«Para ilustrar o António Variações é preciso primeiro dançá-lo até sermos o próprio e depois deixá-lo desenhar aquilo que também nós somos, tanto no bem como no mal: Portugueses.»
(Mantraste)
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