Um conjunto de ensaios sobre a arte do romance é o que nos propõe Juan Gabriel Vásquez, escritor colombiano com uma panóplia de obras distinguidas e um coro de elogios internacionais, com Viagens com Um Mapa em Branco.
De Cervantes a Conrad, de Tolstoi a Vargas Llosa, de Proust a Camus, Juan Gabriel Vásquez enaltece o género multiforme do romance nesta série de ensaios escritos ao longo dos últimos oito anos e aos quais o autor associa memórias, lugares e emoções.
Viagens com Um Mapa em Branco encontra-se agora disponível em português numa tradução de Pedro Rapoula, publicada na coleção «Olhares» da Imprensa Nacional.
«Um romancista que escreve ensaios, e em particular se esses ensaios falam da arte do romance, é como um náufrago que envia coordenadas: quer dizer aos outros como podem encontrá-lo. E, claro, quer também encontrar-se a si mesmo; por outras palavras, quer saber como deve ler os romances que escreve. O ensaio é uma pesquisa, uma tentativa, uma averiguação, e o romancista escreve para descobrir e traçar os limites do seu conhecimento e a forma das suas certezas. Nesse sentido, poderia dizer-se, é um género confessional. […] São as coordenadas vitais de um leitor; e só um leitor entende que um livro é, às vezes, a única testemunha dos nossos tempos perdidos, e a releitura é a única forma de voltar a visitá-los. Entre outras coisas, estes ensaios querem ser um convite a essa viagem impossível.»
J. G. V., «Em jeito de Préfácio», in Viagens com Um Mapa em Branco
Juan Gabriel Vásquez nasceu em Bogotá, Colômbia, em 1973. Estudou Direito em Bogotá e Literatura Latino-Americana na Sorbonne, Paris. É autor dos romances Os informadores, Historia secreta de Costaguana (Prémio Qwerty), O barulho das coisas ao cair (Prémio Alfaguara, English Pen Award, Impac Dublin Literary Award, Premio Gregor von Rezzori‑Città di Firenze), As reputações (Prémio da Real Academia Espanhola, Premio Arzobispo Juan de San Clemente, Prémio da Casa da América Latina de Lisboa, finalista dos Prémios Médicis e Femina) e A forma das ruínas (Prémio Literário Casino da Póvoa Correntes d’Escritas, e finalista do Prémio Bienal de Novela Mario Vargas Llosa). Publicou ainda dois volumes de contos, Los amantes de todos los santos e Canciones para el incendio, dois livros de ensaios, El arte de la distorsión e Viagens com um mapa em branco, e uma biografia de Joseph Conrad, El hombre de ninguna parte. Traduziu obras de John Hersey, John dos Passos, Joseph Conrad, Victor Hugo e E. M. Forster, entre outros. Escreve regularmente em vários jornais. Venceu por duas vezes o Premio Nacional de Periodismo Simón Bolívar pelo seu trabalho jornalístico. No ano de 2012 foi-lhe atribuído, em Paris, o prémio Roger Caillois pelo conjunto da sua obra e em 2019 o seu livro A forma das Ruínas foi finalista do Man Booker International Prize. Os seus livros estão publicados em 30 idiomas em mais de 40 países.