Prémio Literário Infantojuvenil Manuel Lopes
Candidaturas 2.ª fase (ilustração): de 1 de agosto a 30 de novembro de 2024
A formação de jovens leitores é essencial para garantir a preservação e o desenvolvimento do património comum da língua portuguesa, pois serão eles os leitores e autores das obras de amanhã. Afinal, como Fernando Pessoa tão bem escreveu em verso, «Grande é a poesia, a bondade e as danças… Mas o melhor do mundo são as crianças».
Foi esse espírito que levou a Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), em parceria com o Instituto da Biblioteca Nacional de Cabo Verde (BNCV), a instituir o Prémio Literário Infantojuvenil Manuel Lopes, dirigido a autores cabo-verdianos ou a residir em Cabo Verde, que visa promover a criação literária e a ilustração para o universo infantojuvenil, prestando ao mesmo tempo homenagem ao escritor Manuel Lopes, figura destacada da literatura cabo-verdiana.
Além da componente pecuniária, o Prémio Literário Infantojuvenil Manuel Lopes contempla também a edição em livro dos trabalhos vencedores (texto e ilustração).
Nina, de autoria de Vanda Azuaga Monteiro, é o texto vencedor da 1.ª edição do Prémio
Manuel Lopes
Ficcionista, poeta, ensaísta e um dos fundadores da literatura moderna em Cabo Verde, nasceu em Campinho (São Nicolau) a 23 de dezembro de 1907 e faleceu em Lisboa a 25 de janeiro de 2005. Com Baltasar Lopes da Silva e Jorge Barbosa, fundou, em 1936, a revista Claridade.
Os textos publicados por Manuel Lopes foram escritos em língua portuguesa, embora tenha feito uso frequente de expressões em crioulo cabo-verdiano. As secas, as estiagens, as fomes e as mortandades que grassaram o arquipélago (particularmente nas ilhas do Norte) durante o século xx contam-se entre os principais panos de fundo da sua esmerada produção literária.
Entre as suas obras mais conhecidas contam-se: Chuva Braba (romance,1956, Prémio Fernão Mendes Pinto), O Galo Cantou na Baía (contos, 1959, igualmente Prémio Fernão Mendes Pinto) e Os Flagelados do Vento Leste (romance, 1959, Prémio Meio Milénio do Achamento de Cabo Verde), obra que foi adaptada para o cinema (1987), com a assinatura do realizador António Faria. Publicou igualmente outros títulos importantes, a saber, Horas Vagas (poesia, 1934), Poemas de Quem Ficou (poesia, 1949), Temas Cabo-Verdianos (ensaios, 1950), Crioulo e outros Poemas (poesia, 1964), As Personagens de Ficção e os seus Modelos (ensaio,1971) e Falucho Ancorado (antologia poética, 1997).