O primeiro jogo de futebol disputado em Portugal continental teve lugar há 132 anos por iniciativa dos irmãos Eduardo e Frederico Pinto Basto que, no regresso de Inglaterra, trouxeram consigo uma bola.
O desafio de ensaio desenrolou-se em outubro, nos baldios da Parada de Cascais, entre «23 jovens da mais alta sociedade».
Em janeiro do ano seguinte realizou-se no Campo Pequeno o primeiro jogo organizado, onde o FC Lisbonense, fundado pelos irmãos Pinto Basto, defrontou os trabalhadores ingleses da estação do Cabo Submarino de Carcavelos.
Conheça esta e muitas outras histórias, que mostram como a realidade pode ser mais surpreendente que a ficção, em Desporto com Política. 100 anos de República, do premiado jornalista do desportivo A Bola, António Simões. Uma edição de 2011, fruto da parceria INCM/CNCCR/A Bola, que cruza história, desporto e cultura.
Entre muitas outras, vai encontrar, por exemplo, a história de um rei que teve uma namorada que fez strip-tease e morreu ao sair do ténis em Wimbledon e a história de um primeiro-ministro que lutou à espada contra o conde que a monarquia pôs no Comité Olímpico. Vai descobrir também que houve um presidente da República que foi de Braga ao Porto a pé em doze horas e outro que via futebol da janela do palácio e se demitiu ao insinuarem-se-lhe impulsos homossexuais.
Desta forma nunca ninguém lhe contou histórias de desporto com política (& alguma sociedade). Há um rei que teve namorada que fez strip-tease e morreu ao sair do ténis em Wimbledon. Há um primeiro-ministro que lutou à espada contra o conde que a monarquia pôs no Comité Olímpico. Há um visconde esgrimista que mandou comprar armas para o regicídio e o introdutor do futebol a apanhar o carbonário que disparou uma delas. Há um presidente da República que foi de Braga ao Porto a pé em 12 horas e outro que via futebol da janela do palácio e se demitiu ao insinuarem-se-lhe impulsos homossexuais. Há um presidente do Benfica que foi primeiro-ministro e se salvou de uma lista de extermínio porque três bêbados o foram prender e não resistiram ao vício do vinho. Há um capitão do Sporting aprisionado na revolta monárquica de Monsanto que o presidente do COP, herói num rio de crocodilos, ajudou a vencer. Há um campeão de hipismo que andou aos tiros numa reunião do conselho de ministros e foi fuzilado. Há futebolistas do Belenenses na cadeia por boicotarem a saudação fascista. Há um selecionador no Tarrafal e um guarda-redes acusado de matar um médico comunista. Há dois presidentes do Sporting a fazerem a barbaridade da Legião e um a tirar sangue a Salazar. Há uma brigada da PIDE aos tiros para dentro de um colchão no Lar do Jogador do Benfica após conquista da Taça dos Campeões e vários ídolos em complicações.
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