
Prelúdios – Braga Santos e Freitas Branco
Solistas da Metropolitana
Quinta-feira, 28 de março, 18h30
Biblioteca da Imprensa Nacional (Rua da Escola Politécnica n.º 135, Lisboa)
Programa
J. Braga Santos Noturno, Op. 1
L. de Freitas Branco Dez Prelúdios (Dedicados a Vianna da Motta)
L. de Freitas Branco Sonata para Violino e Piano N.º 2
Músicos
Daniela Radu violino, Savka Konjikusic piano
Preencher um programa com obras de Luís de Freitas Branco e de Joly Braga Santos representa colocar lado a lado mestre e discípulo, qual evocação de umas das mais fecundas passagens de testemunho a que se assistiu ao longo de toda a História da Música Portuguesa. Ainda antes da 1.ª Grande Guerra, o jovem Freitas Branco teve a oportunidade de viajar até Berlim e Paris. Nesta última cidade conheceu Claude Debussy, pelo que não espanta a estética impressionista que transborda nos dez prelúdios para piano que compôs após ter regressado a Portugal, quando do início da contenda. Estas peças foram estreadas em 1918 pelo próprio dedicatário da partitura, José Viana da Mota. Por sua vez, a Sonata para Violino e Piano N.º 2 teve origem uma década mais tarde. Esta revela uma sonoridade diferente, marcada pelo diatonismo modal de pendor neoclássico que anunciava uma nova fase criativa do compositor. Terão sido estas influências – por um lado as sonoridades relutantes e sugestivas que se reconhecem nos prelúdios, por outro a clareza formal da sonata – que encantaram o jovem Joly Braga Santos quando frequentou as lições particulares de Freitas Branco ao longo da década de 1940. Não por acaso, ambas se distinguem na primeira obra que assumiu no seu catálogo, o Opus N.º 1 «Noturno para Violino e Piano», datado de 1942.