Estampa publicada no primeiro volume (parte I) do Fazendeiro do Brazil, pela Impressão Régia, em 1798. Representação de um ácer açucareiro. Autoria de Manuel Luís Rodrigues Viana, que assinou gravuras das obras de Mariano Veloso a partir de 1797.
A Tipografia Calcográfica, Tipoplástica e Literária do Arco do Cego, mais conhecida como Casa Literária do Arco do Cego, foi fundada em 1799 e dirigida pelo naturalista e frade franciscano José Mariano da Conceição Veloso, natural da capitania de Minas Gerais, Brasil.
A produção desta tipografia foi especialmente importante no plano da ilustração científica, numa altura em que se generalizava o recurso à imagem como elemento didático e informativo. Dispunha de uma tipografia, de uma calcografia (gravura em metal) que reunia 24 gravadores e, posteriormente, de uma tipoplastia, para produção dos seus próprios carateres. Entre as dezenas de obras produzidas, a primeira das quais uma Memória sobre a Cultura Algodoeira, destacaram-se, além da economia agrária colonial, edições nas áreas da botânica (incluindo a Phytografia Lusitana, de Brotero), história, geografia, náutica, física (eletricidade), astronomia, engenharia naval, gravura e poesia (didascália e panegírica), para citar apenas alguns temas, parte dos quais integra o acervo da Imprensa Nacional. De um total de 83 livros impressos, 36 são originais de autores portugueses e brasileiros e 44 são ilustrados com gravuras executadas na calcografia, reunindo 360 gravuras no total.
A primeira obra de fôlego de Mariano Veloso, O Fazendeiro do Brasil, começou por ser publicada pela Impressão Régia, em 1798, que imprimiu também os últimos tomos em 1805-1806. Os restantes volumes foram produzidos, entretanto, pela Casa Literária do Arco do Cego no seu curto período de vida, antes de ter sido extinta e integrada na tipografia do Estado, em 1801.