10 personalidades elegeram «o livro de 2016» para o DN | Artes de 31 de dezembro.
Para Nuno Júdice e Teolinda Gersão, Manuel Teixeira Gomes «boémio, negociante, melómano, viajante, escritor, diplomata, Presidente da República» de José Alberto Quaresma, Estrada Nacional de Rui Lage e história do século vinte de José Gardeazabal estão entre os melhores.
Nuno Júdice elogia biografia de Teixeira Gomes.
O poeta e ficcionista Nuno Júdice elegeu uma biografia e dois livros de poesia. No primeiro caso, Biografia – Manuel Teixeira Gomes, de José Alberto Quaresma: «É o trabalho mais completo até agora feito sobre um dos nossos grandes novelistas da transição do século XIX para o XX, com um enquadramento contextual exaustivo para situar a personalidade de um homem que marcou a política internacional do país na primeira década da República, como embaixador em Londres, e a política nacional ao ser eleito presidente, em 1923. Compreende‑se que um espírito cosmopolita e um esteta intransigente no seu bom gosto não tenha suportado a mediocridade lisboeta, os pequenos ataques vis, e sobretudo a inveja pela popularidade de que desfrutava.» Quanto à poesia: «Ainda se encontram alguns rari nantes no nosso mar poético: Estrada nacional, do Rui Lage, e um primeiro livro que já impõe o nome do autor: História do século vinte, de José Gardeazabal. Uma confirmação e um autor a seguir.
Montaigne escreveu uma obra monumental, em extensão e em profundidade, de que é quase impossível extrair o essencial em poucas páginas. Clara Rocha consegue esse tour de force num ensaio acessível a qualquer leitor, sem contudo ser mera «divulgação». Montaigne, complexo e diverso, é visível no seu esplendor. Quem é este homem, que dedica toda a vida a escrever um livro? Que sabe ele de si próprio, do mundo, do bem e do mal, da doença, da morte, de Deus, da humanidade, da existência? Que sabe ele da escrita? Procurando respostas, Montaigne encontra a forma do ensaio como género literário: proteico, omnívoro, e ao mesmo tempo exercício, tentativa, esboço, forma sem forma, em permanente evolução. Toda a escrita ensaística, mas também biográfica, memorialista e diarística, lhe serão doravante devedoras.
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