Jorge de Sena nasceu há 100 anos!
Poeta, ficcionista, dramaturgo, ensaísta, tradutor, crítico literário, teatral e de cinema, interventor político e cidadão do mundo, Jorge de Sena é uma das figuras centrais da nossa cultura e da literatura do século XX. A sua obra pode ser entendida como uma forma de dar testemunho de si mesmo e da sua circunstância, marcada por uma sobreposição de exílios e ancorada na observação, meditação e rememoração de uma experiência de mundo onde as diversas artes representam as metamorfoses, no plano da história humana, de uma peregrinação secular em que a sua vida se inscreve.
Já conhece a 2.ª edição, revista e aumentada, de O Essencial sobre Jorge de Sena, de Jorge Fazenda Lourenço? Ou o ensaio, De Eça a Jorge de Sena, de Jorge Cirurgião?
Datando o primeiro de 1969 e o último de 1992, os nove trabalhos contidos nesta miscelânea versam sobre obras de sete escritores portugueses: três do século XIX – Eça de Queirós, Tomás Ribeiro e Guilherme de Azevedo – e quatro do século XX –
Bernardo Santareno, José Cardoso Pires, Miguel Torga e Jorge de Sena. Exceptuando Guilherme de Azevedo e Jorge de Sena, contemplados com dois estudos cada um, sendo Alma Nova, da autoria do primeiro, a obra alvo de ambos, os restantes autores são objecto de um só estudo, recaindo sobre uma obra individual. Quanto ao género literário sobre que tratam os trabalhos, contam-se o romance para Eça de Queirós, José
Cardoso Pires e Jorge de Sena, a poesia para Tomás Ribeiro, Guilherme de Azevedo, Miguel Torga e Jorge de Sena, e o teatro para Bernardo Santareno.
Embora de nível literário muito diferente, é nossa convicção que todos os escritores incluídos na miscelânea têm mérito suficiente para que deles se ocupem os que escolheram por profissão o ensino e a promoção da língua portuguesa e das literaturas lusófonas além-fronteiras, em minúsculas ilhas de língua portuguesa e de cultura lusíada, perdidas no meio da vastidão de imensos mares de outras línguas e de outras culturas, um pouco à maneira daqueles nautas da Eneida, de Virgílio: rari nantes in gurgite vasto.
In Editorial De Eça a Jorge de Sena
E já teve oportunidade de ler a correspondência trocada entre Jorge de Sena e José-Augusto França, com organização e notas de Mécia de Sena e publicada na nossa coleção «Biblioteca de Autores Portugueses»?
Com o presente volume, retoma a INCM a publicação da extensíssima correspondência de Jorge de Sena, depois de, nos anos 80, haverem sido aqui editadas as cartas trocadas entre o grande poeta, ficcionista, dramaturgo e ensaísta e outras figuras cimeiras de cultura portuguesa contemporânea como José Régio, Vergílio Ferreira, Eduardo Lourenço e Guilherme de Castilho. O acervo epistolar que neste volume se reúne — a correspondência trocada, ao longo de três décadas, entre Jorge de Sena e José-Augusto França — excede, largamente, em extensão, os anteriormente dados a público, revestindo-se de particular interesse para o conhecimento da vida literária, artística e cultural portuguesa do terceiro quartel do século findo, bem como da emigração política para o Brasil no mesmo período.
In Editorial Correpondência