Catálogo de tipos da fundição da Imprensa Nacional (post. 1932).
A publicação de mostruários da fundição de tipos da Imprensa Nacional iniciou-se em 1838, mantendo edições atualizadas regulares até ao final da década de 1970. Os catálogos apresentavam a oferta de caracteres e ornamentos para venda a outras tipografias do país, incluindo suplementos com novas coleções de letras, vinhetas e elementos decorativos.
A fundição de tipos da Imprensa Nacional passou por várias tentativas de renovação entre o final da Grande Guerra e o início dos anos 1930, num contexto de crescente mecanização dos sistemas de fundição e em que se impunha modernizar a oferta. Nesta altura lançou-se também o debate interno sobre a possível produção de tipo português, desenhado por artistas da Imprensa Nacional, objetivo que nunca chegaria a concretizar‑se.
Em 1928, o fundidor Manuel Lopes Canhão elaborou um plano detalhado de reorganização, que entregou à comissão nomeada para estudar o processo. Como resultado, em abril de 1929, decidiu-se publicar uma nova tabela de preços e um pequeno catálogo que incluísse novos tipos e vinhetas, entre outros ornamentos. As coleções de tipos consideradas desatualizadas foram retiradas do armazém para nova fundição e renovação do material das oficinas e da escola tipográfica.
Este catálogo, cuja edição será posterior a 1932, reflete esse esforço de renovação, embora ainda marcado pelo impacto da Grande Depressão, que afetou os fornecimentos de matérias-primas bem como o acesso a alguns fornecedores essenciais.
Fotografias de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.