Maquete do Palácio Soares de Noronha, primeiro edifício onde foi instalada a Impressão Régia em 1768.
Criada em 1768, a Impressão Régia (hoje designada Imprensa Nacional) foi instalada no então existente Palácio de D. Fernando Soares de Noronha. Este palácio localizava-se no mesmo local onde se encontra o seu atual edifício, na então Rua Direita da Fábrica das Sedas (hoje Rua da Escola Politécnica), quase em frente ao Colégio dos Nobres, com acesso principal pela Travessa do Pombal (atual Rua da Imprensa Nacional).
Num espaço ainda muito marcado pela destruição provocada pelo terramoto de 1755, este palácio reunia as condições necessárias ao funcionamento das oficinas de fundição de tipos, composição, gravura e impressão, sendo também adaptado para acolher a fábrica de cartas de jogar. Na fase de instalação, o edifício foi submetido a várias obras de reparação, incluindo na capela, para ali se celebrar missa, além de intervenções na habitação do Diretor, cavalariças, cocheiras, palheiros e casas de oficina e habitações do pátio novo.
Ao longo do século XIX, o mesmo edifício foi sendo adaptado à modernização tecnológica do setor gráfico, com maior intervenção em meados do século, quando foi necessário acolher equipamento de impressão a vapor abrindo uma galeria de abóbada para instalação do mecanismo subterrâneo. Também a capela acabaria por ser desativada na década de 1840, em consequência do crescimento das oficinas e da cada vez maior necessidade de encontrar espaço útil ao seu funcionamento.
No final do século XIX, a estrutura do edifício já não se compaginava com as exigências colocadas pelo desenvolvimento tecnológico, que levara ao crescimento das oficinas e ao aumento do número de trabalhadores, apesar das várias obras de intervenção e adaptação que incluíram ainda a introdução da iluminação a gás. Entre 1895 e 1913, o palácio foi demolido e no seu lugar construiu-se o edifício atual.
Neste trabalho executado pelo chefe da Oficina de Fundição, Francisco António dos Reis Pinto (1909), o edifício corresponderá à sua fase final, contendo as adaptações realizadas durante o século XIX.
Fotografia de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.