O fabrico de letra, que fez parte da atividade da Imprensa Nacional desde a sua génese, passou por vários desafios tecnológicos, artísticos, profissionais e industriais ao longo de mais de dois séculos. Na Fundição de Tipos, os sistemas manuais e mecânicos passaram a conviver, a partir de 1869, entre a fundição manual Steiner e a introdução das fundidoras automáticas Foucher. A mecanização permitiu aumentar, de forma muito significativa, a capacidade de produção, registando mais 8852 kg de tipos comuns e carateres entre 1910-1911 e 1911-1912.
Em 1912, evidenciando este aumento de produção mas também afirmando o novo regime republicano, a Imprensa Nacional publicou um novo catálogo de tipos, apresentado como «um testemunho frisante do progresso das artes que aqui se professam e a prova mais solene do interesse que à Imprensa Nacional continuam hoje merecendo os assuntos gráficos», passados 24 anos sobre a publicação do último espécime.
O novo mostruário apresentou «22 corpos de carateres romanos e itálicos, 41 corpos de fantasia, 73 corpos de capitais diversas e de fantasia; 10 corpos de letras iniciais ornadas; 30 sortes de monogramas; 38 sortes de diferentes sinais; 1 coleção de colchetes de combinação ou sistemáticos; 33 linhas de enfeite; 375 vinhetas de combinação, diversas e para cores, incluindo os respetivos cantos».
A atualização de 1915 alargou ligeiramente a oferta, apresentando 5 corpos de capitais diversas e de fantasia de corpo 5 a 440; 25 corpos de carateres de fantasia de corpo 5 a 132; 185 ornatos e 292 emblemas com algumas coleções «inteiramente novas».
Fotografia de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.