Catálogo da Exposição de Ex-Líbris, 1927
Edição composta em Linotype na escola tipográfica da Imprensa Nacional e concluída em 28 de fevereiro de 1930.
Em junho de 1927, em plena Ditadura Militar, a Imprensa Nacional mostrou capacidade de manter a sua abertura ao exterior bem como o seu papel de estímulo das artes gráficas e da cultura do livro. Foi nessa altura que, através do seu Diretor-Geral, Luís Derouet, promoveu um concurso para a criação do ex-líbris da Biblioteca da Imprensa Nacional, ao qual esteve associada uma grande «Exposição de Ex-Líbris Nacionais e Estrangeiros» que contou com representações da Espanha, França, Itália, Suíça, Alemanha, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Suécia, Noruega, Dinamarca, Rússia, Áustria, Checoslováquia, Roménia e Hungria, Jugoslávia, Brasil, Estados Unidos da América, Japão e União Sul‑Africana. Entre os participantes, destacaram-se várias bibliotecas e inúmeros colecionadores.
A iniciativa, inaugurada em 4 de outubro, foi a primeira do género no país e reuniu trabalhos de vários países e proveniências, envolvendo os canais diplomáticos portugueses e deixando ecos por toda a imprensa portuguesa e estrangeira.
Nas páginas de abertura, Henrique Ferreira de Lima evocaria a memória de Luís Derouet, assassinado à saída da Imprensa Nacional, no dia de encerramento da exposição, considerando a sua publicação como o cumprimento de «uma das expressas vontades do malogrado Luís Derouet, seu organizador entusiasta». A edição pretendeu, de igual modo, criar um «precioso documento para o conhecimento e estudo dos ex-líbris tanto nacionais […] como estrangeiros».
Dos materiais expostos destacaram-se, por exemplo, o ex-líbris manuscrito do Marquês de Pombal mas também ex-líbris raros de Diogo Barbosa de Machado, do Conde de Oeiras, dos Condes do Vimieiro, entre outros, assinados por gravadores de renome como Francesco Bartolozzi e Gregório Francisco de Queiroz e desenhados por artistas como Vieira Lusitano ou Jerónimo Barros Ferreira.
Biblioteca da Imprensa Nacional: 02-2-E-2-2/011
Fotografias de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.