«Exmo. Sr. Administrador da Imprensa Nacional,
Confirmando e ampliando a conversa telefónica que há dias tive com V. Exa., tenho a honra de insistir na urgência da edição dos passaportes criados pelo Decreto n.º 33.918, que deveriam ter entrado em vigor em janeiro de 1945, se não tivessem surgido dificuldades na aquisição de papel e percalinas.
Contudo, a quantidade passaportes falsos (principalmente de Consulados) que ultimamente têm aparecido, vieram criar situações difíceis, porquanto há muitos estrangeiros com responsabilidades internacionais que exibem a nacionalidade portuguesa em vários países. Tais factos deram lugar a que Sua Exa. o Ministro dos Negócios Estrangeiros tivesse feito reparos cuja insistência, por razões de várias ordens, é indispensável evitar.
Se as percalinas para as capas são difíceis de obter, o meu Diretor toma a liberdade de sugerir que, nas primeiras edições, as capas sejam feitas num papel forte, à semelhança dos últimos passaportes alemães, franceses e de outras nacionalidades. Desta forma, resolver-se-ia mais rapidamente o assunto.
A Bem da Nação.
Lisboa, PIDE, 23 de setembro de 1946.
O Inspetor-Adjunto.»