“Ao Ministro do Reino

(…) Com bantante dissabor passo a referir a V. Ex.ª um desagradável ocorrido nesta nesta Repartição sabado 18 do corrente pelas 5 horas da tarde: O Fiel dos Armazéns deste Estabelecimento Manuel Joaquim Sardinha Margulhão, provocado pelo Moço da Fabrica das Cartas José Caetano Montegro, que encontrou junto ao seu escritório lhe deu segundo me constou algumas pancadas e empurrões, de que resultou o dito moço quebrar a cabeça indo dencontro a uma parede. Julguei do meu dever que um caso desta natureza, por primeira vez ocorrido neste Estabelecimento não deveria ficar sem a justa punição, e por isso imediatamente mandei despedir o referido môço. Quanto porem ao Fiel, não fiz mais do que suspendê-lo, e mandar principiar a liquidação de suas contas, porque tendo ele sido nomeado por autorização concedida a esta Administração em Portaria do Ministério do Reino de 4 de Julho do ano próximo passado, julguei que nada mais podia fazer, e mesmo porque se lhe não podem receber as chaves dos Armazens por que e responsável sem que todos estejam de novo conferidas, operação que não é possível verificar em poucos dias pela imensidade de Livros, impressos, Legislação, Cartas de Jogar, drogas, materiais e outros objectos que estão a seu cargo, cumprindo-me informar a V. Ex.ª que o comportamento e bom serviço deste Fiel até aquela data tenha sido irrepreensivel. (…) Lisboa e Administração Geral da Imprensa Nacional 21 de Maio de 1839. Ill.mo e Ex.mo Snr. Júlio Gomes da Silva Sanches. Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino = No impedimento do Administrador Geral O Contador Augusto Zacarias Loforte.” (pp. 14 v. – 15)