Detalhes de documento

  • Arquivo
    INCM/Arquivo Histórico da Imprensa Nacional
  • Cota
    402
  • Tipo de documento
    Exposição
  • De:
    Administrador Geral
  • Para:
    Ministro da Fazenda
Transcrição

“(…) Quando entrei para a Administração da Imprensa Nacional achei que se deviam cinco férias aos seus operários, porque durante a longa enfermidade que por espaço de quase dois mesesteve no leito da morte o meu infeliz irmão, e meu antecessor, não se solicitou a V. Ex.ª auxilio algum para acorrer a esta necessidade; mas sendo eu informado do patriótico zelo com que V. Ex.ª se dignava atender as requisições que por semelhantes motivos se faziam de adiantamento de dinheiros por conta dos impressos do Ministério da Fazenda, pedi a V. Ex.ª 1:000.000 réis, que efectivamente recebi, e apliquei aquele fim. Estando porém igualmente em grande atraso de pagamento os fornecedores desta Casa, representei a V. Ex.ª que não tendo meios para dar-lhe por conta alguma coia, ppoderial ele negar-se à continuação ´do fornecimento. Tive também a satisfação de ser por V. Ex.ª atendido, mandando V. Ex.ª dar-me 1:500.000 réis; entretanto não pude aplicar esta soma toda para este objecto, porque me vi forçado a dar ao Banco de Lisboa 520.000 réis por conta de uma Letra que a Imprensa Nacional lhe deve, resto do empréstimo que dizera para a compra das machinas e de mais objectos tipográficos que vieram de França. Paguei ainda dos ditos 1:500.000 réis várias coisas de urgente necessidade, de maneira que os fornecedores foram pouco contemplados, e instam porque lhes pague alguma parte do que se lhes deve, o que julgo de maior justiça, mas vejo-me na triste situaçãode me ser impossível satisfazâ-las, se V. Ex.ª por sua bondade e decidida protecção por esse Estabelecimento não me valer, ordenando que se me adiante 1:200.000 réis por conta dos impressos do Ministério da Fazenda. É verdade que a Imprensa Nacional é já devedora ao Tesouro Público de uma soma importante, mas pelo método de pagamento que V. Ex.ª conceu, estará o Tesouro pago em pouco mais de um ano, e este Estabelecimento Nacional deverá a sua existência e manutenção à benevolência com que V. Ex.ª a tem contemplado. (…) 27 de Novembro de 1844. = Ill.mo e Ex.mo Snr. Conde do Tojal . = O Administrador Geral Firmo Augusto Pereira Marecos.” (pp. 86-87)