“(…) Tendo a Fábrica Nacional de Cordoaria mandado fazer com urgência na Imprensa Nacional uma grande quantidade de impressos para seu uso, ordenei que fossem imediatamente feitos. Pedi depois o seu pagamento, e em resposta tive o oficio que incluso remeto por copia. Esta Casa, Senhor, subsiste somente do produto do seu trabalho, não leva verba alguma no Orçamento do Estado, conquanto seja uma Repartição Pública, aliás importante, mas se esse trabalho lhe não for pago regularmente não é possível que ela esteja habilitada a satisfazer às requisições das Repartições do Estado. Queira pois V.E. tomar em consideração este negócio, ordenando que sejam pagos a esta Casa os impressos para a Cordoaria Nacional, os quais importaram em rs. 161.340.
Permita-me V. E. que eu lhe participe que por conta dos impressos ultimamente feitos para o Ministério da Marinha na soma de rs. 411.003, de que no meu oficio de 6 do mês próximo passado pedi pagamento em duas ou três prestações semanais, somente se há recebido 144.820 rs., tendo já depois daquela conta remetido outra de vários objectos para a Província de Cabo Verde na importancia de rs. 93.167, e achando-se em mão outros mpressos e litografias para satisfazer a diferentes ordens de V. Ex. Peço perdão para lembrar a V. E. que na impossibilidade de pagar de pronto à Imprensa Nacional se digne de ordenar que se estabeleça uma prestação semanal em proporção da despesa com impressos para o Ministério a cargo de V. E., como era costume antigamente, sendo certo que nos anos de 1844-45, e 46 recebi o cofre no cofre desta Casa regularmente do Minsitério da Marinha prestações semanais de trinta, quarenta e cinquenta mil reis. Espero que V. E., avaliando devidamente o que deixo dito anuirá a esta medida, habilitando-me assim a cumprir imediatamente as ordens sobre a prontificação de impressos.
(…) em 22 de Abril de 1851.
Ill.mo e Ex.mo Sr. Visconde de Castelões, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar.
O Administrador Geral” (nº 33)
Observações: São vários os registos contidos neste livro que fazem referência às dívidas do Ministério da Marinha e do Ultramar à Imprensa Nacional, por conta de impressos, relevando-se a necessidade deste pagamento para se poder pagar as férias aos operários, que já se encontravam em dívida. No mesmo sentido, tornava-se impossível, dadas estas circunstância, de fazer face aos novos requisições de impressos deste Ministério. Cf. Idem, nº 22, 6 de Março de 1851; Idem, nº1/2ºsemestre, 2.07.1851; Idem, nº20/2ºsemestre