«Em resposta ao ofício de V. Ex.ª, datado de 28 de abril último, em que me pede diversos esclarecimentos para instrução do negócio relativo à criação da Caixa de aposentações e reformas na Imprensa Nacional, tenho a dizer:
1.º Que os lucros neste estabelecimento, tomando o vocábulo lucros no sentido puramente industrial, não podem ser avaliados ou computados com o rigor que seria para desejar, pois o não permite o atual sistema de escrituração, que, como por vezes tenho ponderado, convém substituir pelo chamado mercantil, como talvez em breve tenha forçosamente de acontecer por virtude da proposta de lei sobre contabilidade pública discutida nas duas casas do parlamento. Entretanto o resultado que nos oferece o mapa, junto ao presente ofício, das receitas liquidadas e das despesas pagas no últimos dez anos económicos, representa, com suficiente aproximação, aqueles lucros, que se elevaram no período fixado, a 96 639$853 réis, ou 9 663$985 réis por ano.
2. º Que é extremamente difícil, se não impossível, calcular com precisão o encargo, que pesará sobre o Estado nos primeiros três anos. Na Imprensa Nacional de Lisboa encontram-se, é certo, bastantes empregados, artistas e operários nas circunstâncias de merecerem a sua aposentação ou reforma, quando a solicitem, ou seja absolutamente exigida por conveniente e no próprio interesse do serviço, e em tais condições o gravame devera ser grande; mas nas Bases, que tive a honra de propor ao Governo de Sua Majestade, persuado-me acharem-se consignadas as providências mais eficazes e indicados os meios mais seguros para evitar que o encargo aludido assuma proporções, que possam, em algum tempo, perturbar a economia ou comprometer e dificultar a gerência desta casa. […]»