“(…) Em cumprimento da Portaria do Ministério do Reino de 31 do mês próximo passado mandei para o dito Ministério duzentos exempares do opúsculo de Cláudio Adriano da Costa de trabalhos estatísticos sobre os arrolamentos da Décima, e fiz entregar ao autor cinquenta exemplares do dito opúsculo. Depois do imediato cumprimento das ordens de V. E. permita-me que eu diga o seguinte.
Cláudio Adriano da Costa veio à Imprensa Nacional encomendar a impressão do seu opúsculo, dizendo que se fizesse por sua conta, e recomendou melhor papel e nitida edição. Depois de impresso disse que lho mandasse, e que a sua importância era por conta do Estado. Neguei-me a mandar-lhe entregar a sua obra com esta condição, porque se imprimir na hipótese de que ele a pagaria. Acrescentei à sua resposta que para a obra ser feita por conta do Estado seria necessário prévia ordem que assim o determinasse, e que a essa ordem observaria eu que não tinha meios para a cumprir. Mostrou-se escandalizado com esta minha justissima negativa e alcançou a Portaria que satisfez às suas cavilosas intenções, e que certamente não alcançaria se V.E. me mandasse nformar a este respeito. Ora a Portaria determina que duzentos exemplares vão para o Ministério do Reino, que se deem ao autor cinquenta e que se ponha à vanda o resto por conta da Imprensa; mas a edição foi de 250 exemplares, a assim não haverá que por à venda para indemnizar a Imprensa. Fiz lanlar a importância do opusculo de rs. 62.880 em conta do Ministério do Reino, aumentando esta despesa as dificuldades que tenho para manter esta Casa, porque o Ministério do Reino não paga desgraçadamente uma grande parte da despesa e dos impressos que manda fazer, e por isso a sua divida à Imprensa Nacional excede a 14:000.000!
(…) em 4 de Outubro 1851
Ill.mo e E.mo Sr. Rodrigo da Fonseca Magalhães
Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino
O Administrador Geral.
F.” (nº 35/2ºsemestre)