“(…) Em 23 de Setembro último fiz uma explicita representação ao Ministério dos Negócios da Fazenda, sobre a conveniência de reimprimir os Breviários e Missais Romanos, cuja propriedade pertence à Imprensa Nacional, pedindo para este fim um adiantamento de 6:000.000 réis pagos em prestações mensais de 500.000 rs, pelo espaço de um ano, do qual adiantamento seria a Fazenda Pública indemnizada pela 4ª parte da importância dos impressos que nesta Casa o fazem continuadamente para o Ministério da Fazenda, a exemplo do que em diferentes Ministérios se tem praticado. Depois de ter a sua representação sido informada na Direcção competente, emitindo o respectivo chefe a sua opinião, dignou-se o Ex.mo Ministro antecessor de V. E. de deferir como eu representára; sendo-me expedida a Portaria da cópia junta. Em consequência desta resolução tratei imediatamente de haver o papel para aquela edição dos Breviários e Missais e contratei[sic.] com o negociante desta praça Estevão José de Lemos Saraiva o fornecimento de duas mil resmas de papel de linho, feitos na Fábrica da Lousã, pelo prelo de 2:900.000 rs. Pagos em prestações mensais, e em proporção do papel que fosse entrando noa Armazéns desta Casa, o que se tem cumprido regularmente. Começou já a estampagem de belas chapas, primor de arte, que adornam aquelas edições, e no presente mês vão começar os trabalhos tipográficos. Constando-me porém que na Direcção da Tesouraria Geral do Ministério da Fazenda só havia ordem para o pagamento dos 500.000 rs. Mensais até ao fim do próximo passado ano económico, e que para um igual pagamento ter lugar como estabelece a dita Portaria, é necessário que assim se determine enquanto do presente ano económico; venho rogar a V. E. que tenha a bondade de dar as suas ordens, a fim de se pagarem os 500.000 rs relativos ao mês de Julho último, para que não parem estes trabalho e para que quanto antes se conclua uma edição de interesse para este Estabelecimento, e de crédito para a Nação, como me parece ter provado[?] na mesma representação de 23 de Setembro a qual V. E. poderá dignar-se de chamar à sua presença, para com os seus próprios olhos conhecer este negócio.
Estou bem certo de que V.E., avaliando devidamente os inconvenientes que resultariam de não ter completo cumprimento a citada Portaria, há-de atender-me benignamente.

(…) 2 de Agosto de 1851.

Ill.mo e Ex.mo Sr. Mariano Miguel Franzini, Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda.

O Administrador Geral

F. A. P. M.” (nº9/2º semestre)