“(…) As Associações que se têm formado em diversas Repartições Públicas, debaixo da denominação de Monte Pio, ou Caixas de Socorros, com o fim de valer aos desgraçados, são estabelecimentos eminentemente filantrópicos. A Imprensa Nacional não tinha uma tão útil instituição, com quanto fosse da mente do meu infeliz irmão e antecessor, o estabelecê-la, logo que lho permitisse a multiplicidade de objectos que ele tinha em vista, para dar a esta Casa todos os possíveis aperfeiçoamentos. O meu pensamento desde que tive a honra de ser nomeado Administrador Geral da Imprensa Nacional tem sido de realizar, quanto cabe em minhas forças, o sistema de administração do meu irmão, por estar convencido de que ele pelo seu talento e incansável zelo tinha adquirido teórica e praticamente os conhecimentos de melhorar todos os ramos de que se compõe [sic.] este vasto Estabelecimento. Nesta ideia pois tratei de criar na Imprensa Nacional um Monte Pio, com o fim especial de prestar auxílio aos enfermos, empregados da mesma Imprensa; porque sendo estes pela maior parte jornaleiros, que só têm vencimento trabalhando, vêem-se muitos deles em estado de absoluta indigência, quando estão doentes. Foi nomeada uma Comissão composta de nove dos ditos empregados para formar um projecto de Estatutos, a quem me apresentou o resultado dos seus trabalhos, que com leve alteração, que lhe fiz, me parece satizfazer ao fim proposto; entretanto é do meu dever sujeitar os ditos Estatutos a aprovação do Governo de S. Magestade, e por isso tenho a honra de os levar ao conhecimento de V. Ex.ª para que se digne de ordenar o que tiver por conveniente. (…) Lisboa etc em 2 de Março de 1846. = Ill.mo e Ex.mo Snr. Conde de Tomar. = O Administrador Geral – F. A. P. Marecos.” (pp. 179-180)