Natural de Faro, nasceu em 28 de julho de 1931, sendo filho de Manuel Rosa e de Rita dos Reis da Silva.
Era compositor manual na Imprensa Nacional, na secção do Diário do Governo, quando foi preso pela PIDE, em 11 de novembro de 1959, sob acusação de exercer «atividades subversivas», tendo recolhido à cadeia do Aljube.
Foi restituído à liberdade em 7 de dezembro de 1959 e julgado em 9 de novembro de 1960 pelo Plenário do Tribunal Criminal da Comarca de Lisboa, tendo por advogados de defesa Mário Soares, Duarte Turras e Rui Cabeçadas. Foi então condenado a 13 meses de prisão, somando-se a esta pena a suspensão de direitos políticos durante 5 anos e o mínimo de imposto de justiça. Contudo, a pena de prisão foi declarada suspensa por 5 anos. Em 22 de junho de 1961 foi demitido do quadro de pessoal assalariado da Imprensa Nacional, sendo então compositor de 3.ª classe.
Em maio de 1962, na sequência de uma manifestação (não autorizada) do 1.º Maio, foi entregue à PIDE pela PSP de Lisboa para averiguações, recolhendo ao Depósito de Presos de Caxias, sendo depois transferido para a cadeia do Aljube em agosto. Foi restituído à liberdade em outubro do mesmo ano, mas já se encontrava impedido de regressar ao trabalho na Imprensa Nacional, onde só seria readmitido após o 25 de Abril de 1974.
Após este afastamento, foi acolhido como compositor mecânico no Jornal de Sintra, por iniciativa do seu proprietário e fundador António Medina Júnior, que, apesar de conservador e monárquico, recebeu Francisco Rosa como trabalhador. Aí permaneceu até transitar para o Notícias da Amadora (1970), por mudança de residência.
O seu exemplo permite reconstituir uma parte da história dos trabalhadores da Imprensa Nacional no seu percurso enquanto opositores do regime, da perseguição pela polícia política até ao regresso à liberdade. Readmitido pela Imprensa Nacional Casa da Moeda após o 25 de Abril de 1974, Francisco Rosa ocupou funções como compositor mecânico. Era também membro de um sindicato livre.
Entre o Estado Novo e a Democracia. Cartões de identificação de Francisco Rosa enquanto: sócio da cooperativa A Pensionista (1957), funcionário da Imprensa Nacional Casa da Moeda (1976) e membro do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Celulose, Fabricação e Transformação do Papel, Gráfica e Imprensa do Sul e Ilhas (1983).
*Um especial agradecimento a Vladimiro Rosa, filho de Francisco Rosa, pela generosa partilha, testemunho e cedência de materiais de seu pai.