Exposição Nacional das Artes Gráficas. Reportagem fotográfica.

  • Referência
    «A exposição gráfica na Imprensa Nacional», lllustração Portugueza, n.º 399, de 13 de outubro de 1913, pp. 418-423.
Assunto

Reportagem fotográfica e artigo sobre a Exposição Nacional das Artes Gráficas, promovida pela Imprensa Nacional.

Ficha

«A exposição de artes gráficas, instalada na Imprensa Nacional e que o chefe do Estado inaugurou, é mais um dos curiosos e interessantes certames que se tem realizado no nosso país.
Ali está tudo quanto se relaciona com a grafia desde o desenho à impressão colorida desde a fotografia à fotogravura, a zincografia e os trabalhos de tipografia da mais alta arte, da mais perfeita execução.
Além das obras propriamente da Imprensa Nacional, em todos os géneros que ali se cultivam, há as instalações dos particulares algumas dignas de nota e entre as quais está a do Século que ali expôs vários trabalhos das suas oficinas, dos ateliers da Ilustração Portuguesa brilhantemente executados num curto espaço de tempo.
De todos os pontos do país onde existem artistas e onde se produzem trabalhos gráficos ou se fabricam materiais neles empregados vieram concorrentes correspondendo assim a essa ideia na realidade digna de todo o elogio e auxílio. Uma das partes da exposição também interessante e que atrai o público é a das instalações dos repórteres fotográficos nas quais se vêm alguns clichés preciosos dos acontecimentos palpitantes dos últimos tempos e dos homens que neles tomaram parte que são verdadeiras fotografias artísticas como as que expõe Benoliel e que todas foram publicadas no nosso magazine registando os factos com uma documentação bela e preciosa.
A Imprensa Nacional também expõe uma máquina de fazer sobrescritos que os apresenta já com a goma e que foi fabricada pelo pessoal do estabelecimento. Tem dado os melhores resultados essa máquina que é movida com a maior facilidade por duas operárias sendo a execução dos envelopes perfeitíssima.
O Presidente da República depois de ouvir ler a mensagem em que era saudado respondeu enaltecendo as belezas daquela exposição, a ideia de progresso que a ela presidiu e que o consola no meio dos espinhos do seu cargo, e das dores das suas enfermidades.
Por entre aplausos calorosos e vivas concluiu o Sr. Dr. Manuel de Arriaga o seu discurso ficando assim inaugurada a exposição das artes gráficas com que se comemorou também o terceiro aniversário da proclamação da República, e que é uma brilhante prova dos progressos do trabalho nacional.
Como no ano anterior a Sr.a D. Lucrécia de Arriaga, esposa do presidente da República, presidiu à festa dedicada às crianças filhos [sic] dos operários da Imprensa Nacional que decorreu com a mais franca alegria dos pequenos e satisfação dos pais que os viam acarinhados naquela reunião infantil.
Durante dezasseis semanas todo o pessoal sem distinção de categoria se quotizou para que pudesse ser oferecido o belo lunch que decorreu por entre entusiasmos.
Alguns oradores enalteceram o significado daquela festa de confraternização entre filhos de operários e de chefes, foram recitadas poesias alusivas e no fim dessa encantadora reunião a Sr.a D. Lucrécia Arriaga visitou minuciosamente a exposição gráfica.»

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