«Tenho a honra da devolver a V. Ex.ª a reclamação apresentada à segunda casa comercial desta cidade pela firma Ferreira e Oliveira sobre supostos prejuízos que à mesma advêm da execução do contrato com ela novamente celebrado em 5 de setembro de 1906.
Como informação direi a V. Ex.ª que o depósito especial para venda de livros e impressos e da folha oficial foi criado em substituição da loja de venda existente na Imprensa, que o Governo teve por conveniente mandar fechar. Na loja de venda da Imprensa vendiam-se ao público todas as publicações oficiais e do fundo da casa destinadas à venda e os números do Diário pedidos avulsos, e mais nada. Todos os pedidos de publicações oficiais feitos pelos diferentes Ministérios foram sempre satisfeitos pela contadoria da Imprensa, correndo por ela também todo o serviço referente à assinatura do Diário, à sua distribuição pelos assinantes de Lisboa e à sua remessa para todos os distritos do Reino, assim como à receção de todos os anúncios oficiais ou particulares para publicação na folha oficial. Nunca jamais nenhum destes serviços foi desempenhado pela loja de venda da Imprensa, nem até agora pelos depósitos especiais que a substituíram. É estranho que a firma Ferreira e Oliveira só agora se lembrasse de dar ao contrato com ela novamente feito interpretação diversa da que lhe deu nos primeiros três anos, que antes dela lhe deu igualmente a livraria Gomes que a precedeu.
Conjuntamente ponho nas mãos de V. Ex.ª os números do Diário do Governo onde vêm publicadas as portarias de 27 de junho e 10 de agosto de 1906 referentes à extinção da loja de livros da Imprensa e à sua substituição por um depósito especial de venda. E bem assim o parecer do dr. Vicente Monteiro que consultei sobre o assunto, parecer em tudo conforme com a interpretação dada pela Imprensa ao contrato, cuja cópia autêntica também conjuntamente remeto.»