Ficha
«Exposição Internacional Portuguesa
À heróica cidade do Porto
Ave, Labor!
Porto, que viste o fogo, o sangue e os lutos
que formaram cortejo ao novo solio
da augusta liberdade:
da árvore de plantaste colhe os frutos,
tu, que lhe foste berço e capitólio,
sempre leal cidade!
[…]
A Imprensa vem à festa; nem podia,
mestra de exemplos, recusar o exemplo.
A hóstia, é do sacrário;
o apóstolo, do mndo; o sol, do dia;
o verbo, da doutrina; o altar, do tempo;
do altar, o lampadário.
Do templo do trabalho, é hóstia, verbo,
sacrário, luz, sacerdotiza, a Imprensa,
a mãe da liberdade;
que ampara o génio em seu trabalho acerbo,
e abarca as eras em sua esfera imensa
prendendo idade a idade.
Dissera Deus ao sol: “Surge e alumia!”
e iluminou-se o vale, o monte, o albergue,
o fruto, a flor, as palmas;
mas do espírito, a luz?!— Chegará o dia;
o seu fiat, em fim, diz “Guttenberg”
e fez-se o sol das almas!
A Imprensa é, pois, no templo. Entre os primeiros
tomando o seu lugar junto ao sacrário,
proclama à sociedade:
“À festa universal! Entrai, romeiros!
Abre as portas, Indústria, ao teu santurário!
Preside a Liberdade.”»