Ficha
«Terminou no passado domingo, como noticiámos, o primeiro Campeonato Corporativo da Associação de Futebol de Lisboa, que reuniu seis grupos e foi disputado em dezoito encontros de apuramento e uma final.
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Este campeonato, segundo declaração da própria entidade organizadora, visava essencialmente a propaganda do futebol dentro das suas características e regras fundamentais, Era, portanto, de certo, modo um torneio de iniciação na prática do popular desporto. […]
Em todo o torneio, salvo apenas uma ou duas exceções, fez-se péssimo futebol, não só quanto à arte desse jogo, mas sobretudo quanto às suas características educativas. Jogou-se apenas com o fito na vitória, alcançada fosse como fosse, ainda que à custa de violências e atropelos às regras […].
[…] E se o torneio falhou o seu objetivo, não tem razão de ser, não razão para ser repetido no próximo ano. Aliás, a grande e útil missão dos clubes a quem o Campeonato Corporativo é dedicado não consiste na prática do futebol, pelo menos na sua prática como meio de alcançar apenas vitórias e troféus. Os grupos das entidades oficiais e dos organismos de caráter corporativo têm missão mais nobre, mais levantada, moral, social e nacionalmente mais útil. Senão veja-se o exemplo do Grupo Desportivo da Imprensa Nacional, do Grupo Desportivo da Fábrica de Loiça de Sacavém e do Grupo Desportivo Cimento Tejo, para não citar outros.
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