«Em vários relatórios e ofícios desta administração têm sido ponderadas as dificuldades em que ela se há encontrado e encontra por causa da absoluta insuficiência e acanhez [sic] do atual edifício em presença do extraordinário desenvolvimento que têm tomado as respetivas oficinas e suas dependências. Aquelas dificuldades, porém, vão-se agravando sucessivamente, e numa escala assustadora, em resultado da multiplicidade e importância dos trabalhos, que são cometidos a este estabelecimento. É impossível, seria perigoso até, adiar por mais tempo as providências, que semelhante estado reclama urgentissimamente. A que sem dúvida remediaria por uma vez, e de modo racional e completo, todos os inconvenientes da situação presente da Imprensa Nacional, colocando-a nas condições mais favoráveis, seria a reconstrução do mesmo edifício, ou, ainda melhor, a construção de outro, com a capacidade e amplidão precisas e segundo todas as regras da arte moderna, em local apropriado, e mais central, que poderia ser, por exemplo, na nova avenida das Cortes, próximo da casa do Parlamento.
Nas apertadas circunstâncias em que se acha a fazenda pública força é, todavia, renunciar por enquanto a semelhante obra, para a qual se exigiria sem dúvida o dispêndio de avultadíssimas somas. Ocorre-me, entretanto, um expediente que sem prejudicar qualquer resolução ulterior, poderá atenuar desde já […] os transtornos […]. Acha-se, segundo me consta, na plena posse do estado o extinto convento das religiosas Trinas ao Rato. Se o Governo de Sua Majestade determinar, que me seja entregue, parte ao menos do dito convento, poderei, fazendo simplesmente as reparações e concertos que carece, de custo relativamente insignificante, transferir, em pouco tempo, para ele todos os armazéns de livros de fundo e outros depósitos e assim tornar-se-á praticável dispor algumas das oficinas com certa largueza e por forma mais cómoda e consoante as necessidades do trabalho. […]»