Nova linha editorial e procura de novos mercados.

  • Referência
    «O livro em questão: A Imprensa Nacional-Casa da Moeda vai procurar novos mercados em 1980», Portugal Hoje, de 31 de dezembro de 1979.
Assunto

Nova linha editorial da INCM e procura de novos mercados para exportação.

Ficha

«A Imprensa Nacional-Casa da Moeda é, desde 1972, ano em que abriu a livraria ‘Camões’ no Rio de Janeiro, o canal principal de exportações de livros portugueses para o Brasil.
Em 1979, exportou 100 mil volumes, em que avulta o livro técnico, a literatura portuguesa, história e psicologia.
A IN-CM publica tradicionalmente obras de caráter cultural especializado, que não encontrem facilmente editor privado. Este ano manifestou-se uma intenção de renovação da linha editorial, com a criação de uma coleção de autores portugueses e a encomenda de obras como o álbum de poemas e desenhos sobre Camões, a alguns dos mais representativos autores e artistas.
Foi criado recentemente um sistema de vendas a crédito como forma de dinamização do setor editorial. A empresa tenciona, em 1980, estudar as possibilidades de exportação para outros mercados.

Problemas de preços
De acordo com livreiros e editores, o problema do livro em Portugal, não está tanto em não haver leitores, mas em não se poder produzir o livro a um preço acessível ao público a quem ele se dirige. Assim, a par dos esforços para alargamento do mercado, como os que acabam de se referir, é indispensável um apoio à edição, através de subsídios que façam baixar o preço da capa.
A Secretaria de Estado da Cultura tem, ao nível modesto que as verbas atualmente adstritas à edição lhe permitem, desenvolvido uma ação neste sentido: através do OGE comprou exemplares às editoras e assinou revistas, que distribuiu por Bibliotecas e Associações Culturais.
Esta verba, de cerca de um milhão de escudos, serviu igualmente para conceder subsídios de manutenção a organizações de importância cultural, assim como apoios pontuais a jogos floras ou equivalente pelo PIDAP (Plano Desenvolvimento…). A SEC distribuiu 3,5 milhões de escudos para subsídio à edição de obras de reconhecida qualidade literária, para a instituição de prémios literários (350 mil escudos, para a edição de estudos críticos encomendados 1,05 milhões de escudos e para investigações e arrolamento de espólios a mesma quantia).
Em 79 foram instituídos prémios de literatura infantil, revelações em poesia, prosas e ensaio e obras sobre Jorge de Sena e Vitorino Nemésio. Foram encomendados, entre outros, uma antologia de inéditos de João Araújo Correia e um estudo de João Medina sobre Afonso Lopes Vieira. Dos espólios, vai sair uma primeira edição da obra completa de Raúl Brandão e um inédito de Almada Negreiros.

Apoios concedidos pela Gulbenkian
A Fundação Gulbenkian concede apoio aos editores através da promessa de compra de exemplares. A Fundação tem, além disso, o seu plano próprio de edições, onde publica estudos e teses universitárias sobre temas de cultura portuguesa. […]»