Ficha
«Fez em 16 de fevereiro cinquenta anos que morreu Tomás Quintino Antunes, fundador do “Diário de Notícias”.
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Numa idade em que os filhos família das casas abastadas são amimados, levando, aparte curtos períodos de estudo com escolhidos explicadores, uma existência fofa e sonolenta pelos salões mundanos, numa idade em que a juventude doirada se diverte e se espreguiça, Quintino Antunes entrava para a Imprensa Nacional como aprendiz de compositor. Tinha 14 anos. Em breve se tornou um excelente tipógrafo, auxiliado por uma cultura que criava amplitude, desenvolvendo-se num espírito propenso ao estudo.
Pode dizer-se, abstraindo as condições particulares do meio em que nascera, que o jovem compositor tipográfico, se fez por si próprio na escola da Vida, sempre dura e ingrata para os que começam uma profissão. O operário fidalgo havia mais tarde de ser um especialista na arte gráfica, cuja técnica assimilara profundamente. E deste interesse brotou, espontâneo, natural, o entusiasmo pelo jornalismo, — ofício não menos duro, profissão difícil e complexa onde raros triunfam e muitos sucumbem. […]»