«Por portaria de 18 de julho e ofício de 20 de agosto de 1878 fui autorizado pelo Governo de Sua Majestade a empregar os meios legais […] para dotar este estabelecimento com os melhoramentos de que urgentemente carecesse, compreendendo a aquisição de novo material, a visitar a exposição universal de Paris e a mandar ali, em viagem de estudo, um empregado da administração superior e dois artistas da Imprensa Nacional em harmonia com o que por mim fora representado em ofícios de 12 e 22 de julho do mesmo ano. Para aqueles melhoramentos destinou-se a verba de réis 10 000$000, suprida por adiantamento do cofre dos depósitos desta caixa.
A despeito de muita diligência empregada, não foi possível ainda concluir o extenso e minucioso relatório em que se consignam os resultados dos exames e estudos feitos […] assim na exposição, acaso a mais esplêndida e completa, que se há realizado no mundo, como em estabelecimentos industriais de primeira ordem […].
Este trabalho, cuja redação está cometida ao atual contador Francisco Ângelo de Almeida Pereira e Sousa, que, na forma da autorização indicada, me acompanhou também a Paris, será oportunamente remetido a V. Ex.ª, pela Direção Geral da Instrução Pública e persuado-me que não desmerecerá a especial consideração de V. Ex.ª.
Como é, porém, chegado a termo do exercício e causaria, certamente, grave transtorno maior demora na apresentação da conta regular da despesa efetuada pela mencionada verba de 1 000$000 réis, tenho a honra de enviar a V. Ex.ª a dita conta, instruída com os necessários documentos e por ela V.Ex.ª reconhecerá que este estabelecimento adquiriu mais um prelo mecânico de dois cilindros e enorme dimensão, em que se podem imprimir obras de todo o género, ainda as luxuosamente ilustradas, construído pelo célebre Alauzet; um prelo me mecânico de reação, do não menos notável construtor H. Marinoni, que faz a tiragem de 4 000 exemplares por hora e me há permitido publicar o Diário do Governo e das Sessões das Câmaras a horas razoáveis, sem perturbação dos demais serviços, apesar de muitas vezes compreenderem 5 e 6 folhas de 8 páginas de folio ou quarto grande; uma máquina de vapor, sistema de compound, de Weyher & Richmond, da força de 12 cavalos, consumindo em combustível menos d metade do que se gastava com o antigo motor, de 6 cavalos, uma máquina de picotar (perfore) os talões Ravasse & Genissieu; uma excelente máquina de desempenar e granir as pedras litográficas, de Pierron & Dehaître; e dois pequenos mas belos prelos para provas e decalques, um de novo sistema, construído pelos referidos Pierron & Dehaitre; o outro da bem conceituada fábrica de Coisne. Todas estas máquinas e prelos achavam-se expostas no Palácio do Campo de Marte [sic], onde foram alvo dos mais levantados elogios de todos os entendidos na matéria, e efetivamente, são de um acabamento e perfeição inexcedíveis, no sistema a que cada um pertencer. […]»