MACHADO, José António

  • Nascimento
    1915
  • Morte
    ?
  • Categoria Profissional
    Compositor
Biografia

Filho de Ana José Camacho e de Artur António Machado, nasceu em 25 de Junho de 1915.
Era aprendiz de compositor na Imprensa Nacional de Lisboa quando foi preso pela primeira vez pela PVDE, em 1933, acusado de envolvimento na Aliança Libertária de Lisboa e de ter composto e impresso os manifestos subversivos na tipografia clandestina que mantinha em casa.
Integrou a organização anarco-sindicalista do Barreiro e fez parte do comité organizador das Juventudes Anarco‑Sindicalistas juntamente com Emídio Santana, que seria um dos responsáveis pelo atentado a António de Oliveira Salazar de 1937.
Foi condenado em Tribunal Militar Especial, em 9 de maio de 1934, sujeito a 18 meses de prisão. Em 19 de fevereiro de 1935 foi transferido para a Fortaleza Militar de Peniche e em 8 de junho de 1935 para a Fortaleza de S. João Batista em Angra do Heroísmo. Cumprida a pena, regressou ao continente, tendo desembarcado em Lisboa em janeiro de 1936. Tornaria a ser preso em 22 de julho de 1936 por se referir publicamente e de forma desfavorável aos nacionalistas e Exército espanhóis, sendo libertado em agosto.
Na década de 1940, exerceu atividade jornalística sob o pseudónimo «Ferreira Graça», colaborando no Diário de Coimbra e no Diário Popular de Lisboa. Voltou a ser detido em 18 de maio de 1942, nas instalações do Diário de Coimbra.
A sua atividade oposicionista prosseguiu até à revolução de 1974: assinou a representação «Os Intelectuais Portugueses Protestam» (novembro de 1946), juntamente com dezenas de figuras como Adolfo Casais Monteiro ou Miguel Torga, contra a censura; assinou uma exposição que pedia o arquivamento do processo aberto a Aquilino Ribeiro devido ao livro Quando os Lobos Uivam sobre os magistrados portugueses (abril de 1959), enquanto redator-jornalista do Jornal do Comércio (1962); subscreveu, em 8 de novembro de 1966, juntamente com mais 117 personalidades, a demissão de Salazar, a dissolução da Assembleia Nacional e a nomeação de um governo de transição; assinou como «José António Machado, jornalista» a representação dirigida aos Deputados e ao Presidente da Assembleia Nacional preparada por Mário Soares, António Macedo, Francisco Sousa Tavares, Francisco Lino Neto, Raúl Rego, Francisco Salgado Zenha, Urbano Tavares Rodrigues e Gustavo Soromenho, de 6 de novembro de 1967, contra a censura e ausência de liberdade de expressão; assinou o abaixo-assinado dirigido ao Presidente da República contra «os atos de arbitrária violência a coberto de pretextos inaceitáveis» sobre Luís de Sttau Monteiro, preso em Caxias por ser autor do livro Peças em um acto. Segundo nota do Gabinete Técnico da PIDE, de dezembro de 1968, era visto «como elemento socialista, da fação chefiada pelo Dr. Mário Soares», tendo sido um dos subscritores do manifesto dirigido à Nação.