« Que o chefe dos serviços industriais desta Imprensa submeteu à apreciação superior a proposta que se transcreve:
Como é do conhecimento de V. Ex.ª, desde o dia 3 até ao dia 17 do corrente foi impresso o Diário do Governo no Anexo desta Imprensa, onde funcionam as oficinas gráficas com pessoal subsidiado pelo Comissariado do Desemprego, serviço este desempenhado pelo pessoal da nossa oficina de impressão e pelo aludido pessoal subsidiado, impressor.
Em vista de ter acompanhado de perto o movimento do citado serviço, cumpre-me dizer a V. Ex.ª que estimaria que fosse reconhecido o esforço empregado pelo pessoal da Imprensa e bem assim pelo pessoal subsidiado, este composto de indivíduos idosos e portanto cansados, dando origem a que o Diário do Governo saísse, durante o aludido período, sem atrasos, e algumas vezes, antes pelo contrário, mais cedo do que é habitual.
Sei bem que o dever de todo o empregado é cumprir, pois que é a sua obrigação, mas certamente V. Ex.ª não ignorou que muitas vezes uma palavra de mero reconhecimento produz efeitos bastante apreciáveis.
Aproveito a ocasião para citar em especial a conduta do impressor de 1.ª classe, Carlos Jorge Gomes, dirigente da secção de impressão do referido Anexo, cuja atuação merece registo especial, pois cooperou com inexcedível boa vontade para que o serviço se fizesse de molde a não haver embaraços.
[…] Lisboa, 26 de março de 1956 – Brás da Cruz Ramos Frazão.
Sobre esta proposta foi exarado o seguinte despacho:
Concordo inteiramente com esta criteriosa proposta, pelo que significa ao pessoal nela referido, e em especial ao impressor de 1.ª classe Carlos Jorge Gomes, o agrado desta Administração pelo muito zelo demonstrado no desempenho das respetivas funções. Só devido a tal zelo foi possível que, durante o período de reparação do motor Diesel, da central elétrica, desta Imprensa, o Diário do Governo pudesse ser impresso na oficina do Anexo, de modo a ser publicado sem qualquer atraso. […] 28 de março de 1956 – Higino Borges de Meneses. »