«É com o mais profundo sentimento, que venho perante V. Ex.ª respeitosamente representar acerca do anúncio inserto no n.º 153 do Diário do Governo para o fornecimento de 1 200 000 exemplares de boletins de família, e 20 000 exemplares de boletins de fogos apara o recenseamento geral da população.
Avalio as nobres qualidades de V. Ex.ª, e ainda que as não conhecesse e admirasse, não podia nem posso admitir por forma alguma, que V.Ex.ª elevado pelos seus méritos ao melindroso cargo de Ministro da Coroa pretendesse lançar o desconcerto sobre o estabelecimento a meu cargo, que pertence ao Estado, e há merecido sempre louvores de todos os Governos pelo modo porque há procurado honrar o país e desempenhar os serviços que lhe estão cometidos. Devo, pois, acreditar, e acredito com sinceridade, que V. Ex.ª procedeu movido sem dúvida dos mais louváveis intuitos, mas iludido por informações menos exatas.
Na Imprensa Nacional se executaram todos os impressos, que foram precisos para o recenseamento geral da população em 1863: as circunstâncias em que se fizeram estes trabalhos e o modo porque a Imprensa Nacional correspondeu à confiança do Sr. Ministro das Obras Públicas de então, e à do sr. José Torres, hábil chefe da repartição de estatística, devem constar nas estações competentes […].
Por todas estas considerações, e outras que são óbvias, não podia imaginar sequer, que a Imprensa Nacional fosse posta de parte, no tocante à impressão dos modelos para o recenseamento da população, que há-de efetuar-se em dezembro próximo. […]»