“(…) Ill.mo e Ex.mo Snr. Ninguém melhor do que V. Ex.ª sabe que este importante Estabelecimento ficou entregue aos seus próprios recursos desde que se lhe acabaram os Privilégios que tanto o favoreciam; V. Ex.ª sabe também que apesar dele tirar de si mesmo os meios não só de sustentar-se, mas de melhorar e aperfeiçoar os seus trabalhos, está contudo subcarregado de obrigações que hão-de oprimi-lo e acaba-lo, se de tempos se lhe não prestar algum auxilio extraordinário. A impressão das obras gratuitas que aqui se tem feito e principalmente para o Ministério do Reino desde a restauração, deduzindo os auxilios pecuniarios, que por tres vezes foram dados a esta casa excede a 9:000$000 réis, que é a maior parte do produto liquido do seu trabalho neste espaço de tempo. Quando este Estabelecimento teve a honra de ser presidido por V. Ex.ª por mais de uma vez foi extraordinariamente socorrido pela intervenção do zelo eficaz que V. Ex.ª tinha pela conservação e aumento dele. Ainda em 1837 se lhe deu um socorro e de então para cá nada se lhe tem dado, do que resulta achar-se em considerável apuro. Lisonjeio-me de haver pago uma grande parte ou quase toda a divida Estrangeira atrasada em que o acheu, mas o motivo extraordinario de ter sido preciso fazer algumas edições que estavam acabadas obrigou a contrair uma nova dívida, porto que muito mais pequena qua a parte que se pagou da passada. À vista do exposto em atenção aos motivos de publica utilidade que recomendam este Estabelecimento, e aos especiais que lhe prometem a protecção de V. Ex.ª. Espero que V. Ex.ª se digne por uqalquer modo que julgar mais conveniente, mandar-lhe dar extraordinariamente 2:000$000 réis, que no actual estado são o único meio indispensável para segurar a sua conservação. (…) Lisboa e etc. 2 de Janeiro de 1840. Ill.mo e Ex.mo Snr. Rodrigo da Fonseca Magalhães. O Administrador Geral José Frederico Pereira Marecos” (pp. 30 v. -31)