“Para o Ministro da Fazenda

(…) Acabo de receber 627.944 réis, d’uma requisição do Ministério, cujo pagamento pedi a V. Ex.ª há duas semanas, nas quais tinha recebido do Tesouro só 500.000 réis, metade da prestação que eu tinha pedido a V. Ex.ª como necessária. Na semana passada nada recebeu esta Repartição, e daí resultou um grande atraso nas férias e maior alcance para com o fornecedor; a mesma situação extraordinária em que nos achamos agora exige desta Repartição serviços extraordinários, e urgentissimos, como V. Ex.ª bem pode avaliar, e isto alem dos muitos recomendados por diferentes Ministérios, e principalmente por V. Ex.ª. Avelio bem quais dever ser, as dificuldades em que o Tesouro labora; mas V. Ex.ª reconhecerá também, que sem meios efectivos, não podem andar os trabalhos desta Repartição, contando com estes meios; para que os trabalhos se não atrasem, tenho feito trabalhar os operarios até nos dias santificados; E [?] que o tempo anda todo aproveitado chegou escassamente para fazer o que está requisitado; já suspendi porem esta ordem, e não me atrevo a renová-la; E que as ferias são enormes, e os meios sempre escassos, e sobre maneira incertos. Se V. Ex.ª entender, que convem remover estes embaraços, poderá consegui-lo servindo-se dar esta semana um conto de reis a esta Repartição. (…) Lisboa e etc., 23 de Dezembro de 1840. Ill.mo e Ex.mo Snr. Florido Rodrigues Pereira Ferraz. O Administrador Geral José Frederico Pereira Marecos.” (p. 41-41 v.)