“Em resposta ao ofício acima mencionado, tenho a honra de informar a V. Exa. De que a Imprensa Nacional, dentro da missão de que foi incumbida, vê, com muito agrado, estar o Instituto de Alta Cultura, disposto a entregar à Imprensa Nacional a comercialização de todas as suas edições, tal como já acontece com outros importantes organismos estatais.
Essa comercialização dirá respeito não só às obras já impressas, as quais serão fornecidas à IN em regime de consignação, beneficiando estas do desconto de 40% sobre o valor de capa dos volumes vendidos, mas também se encara a possibilidade de serem aqui executadas e comercializadas as futuras edições, em moldes que possam interessar às duas entidades, os quais, segundo nos parece, deverão depender apenas de duas circunstâncias.
Se a obra interessar ao público em geral, o custo da edição será suportado pela IN, beneficiando o IAC do desconto de 40% nas aquisições que efectuar, se se tratar de uma edição de prestígio, a ser adquirida apenas por um reduzido número de intelectuais, correrão as despesas por conta do IAC, recebendo a IN igual vantagem sobre o valor dos exemplares que vender.
Deseja também a Imprensa Nacional aceitar a incumbência de proceder à distribuição de todas as obras, editadas ou a editar, não só no país, como até no estrangeiro, remetendo o Instituto para esta Direcção Comercial todos os pedidos que lhe sejam dirigidos, sistema que está a ser usado por outras entidades oficiais, com todas as vantagens de se verem libertas de certos trabalhos, estranhos às funções normais dos seus serviços.
Nesta conformidade, poderá dar-se início a este utilíssimo acordo com a sugerida edição de «Os Lusíadas», enquadrada nas comemorações do quarto centenário da sua publicação.
Apresento a V. Exa. Os meus melhores cumprimentos.
A Bem da Nação.
O Administrador.”