Skip to content
logo dark-logo logo dark-logo
  • Editora
  • Edições
  • Cultura
    • Notícias
    • Autores
    • Entrevistas
    • Opinião
    • Exposições
  • Digital
    • Livros em PDF
    • Audiolivros
    • Podcasts
    • Vídeos
    • Citações
    • Passatempos
  • Prémios
    • Prémios Literários
    • Prémio Jornalismo
    • Prémio de Arte
  • Infantojuvenil
  • História
  • Biblioteca
Search Icon Search Icon
Agenda Date Icon Date Icon Date Icon
Agenda Close
Calendário
Ver todos os eventos
Eventos
Agenda Image
01 Dom
«D — Coleção em Exposição» até 6 de março na Casa do Design, em Matosinhos
Dom, Set 28 -
Agenda Image
01 Dom
Apresentação do livro “O Essencial sobre José Saramago”
Dom, Set 28 -
Agenda Image
13 Sex
«A GLOBALIZAÇÃO DE ROSTO HUMANO» — Ciclo de Conferências
Sex, Mai 13 -
Agenda Image
18 Sáb
Workshop de Escrita Criativa «Meninos sonhadores inspirados por AZEREDO PERDIGÃO» (Loja INCM Porto)
Sáb, Jun 18 -
Agenda
Agenda Image
01 Thu
«D — Coleção em Exposição» até 6 de março na Casa do Design, em Matosinhos
Thu, Jan 01 -
Agenda Image
01 Thu
Apresentação do livro “O Essencial sobre José Saramago”
Thu, Jan 01 -
Agenda Image
13 Fri
«A GLOBALIZAÇÃO DE ROSTO HUMANO» — Ciclo de Conferências
Fri, May 13 -
Agenda Image
18 Sat
Workshop de Escrita Criativa «Meninos sonhadores inspirados por AZEREDO PERDIGÃO» (Loja INCM Porto)
Sat, Jun 18 -
Search Close Icon
left arrowVoltar atrás
  • Cultura
  • Opinião

Edição Nacional — Em diferido

Crónicas Edição Nacional Jorge Reis-Sá

O amor custa. Ou então não. O que custa, afinal, é ter acabado.
Tive um amigo escritor que teve um desgosto de amor. Ser escritor não afeta grandemente o desgosto, o que aqui se releva é sempre a amizade. Mas afetou a conversa. Que pode um amigo fazer para aconchegar o fim do amor? Principalmente quando, como foi o caso, o amor acabou só de um dos lados – que não o do meu amigo.
Fazer nada, portanto. Somar-lhe lugares comuns à maleita. Dizer-lhe para ler os clássicos e perceber que o que mais há na vida é gente incompreendida e não correspondida.
Ou então aprender.
Porque me cheguei ao lado dele e disse:
– Não podes ficar assim, Manel.
– Fico como, então?
– Não sei. Mas tenta tirar daí algo de bom.
Eu era novo. Ele um pouco mais velho e mais escritor do que eu.
– Algo de bom como?
– Não sei. Porque não pensas em escrever?
Ele levantou os olhos da solidão e respondeu:
– Jorge, sabes tão bem como eu que nunca se escreve na tempestade. Só conseguimos escrever sobre ela depois de chegar a bonança.
Eu já sabia. Mesmo novo, eu já sabia. Mas quando um amigo sofre, nós mentimos o que podemos e não podemos.
Ele escreveu. Não na altura, claro. Sobreviveu ao desgosto, encontrou outro amor. (Como sabemos, há sempre só um amor e mais nenhum – até ao próximo.) E escreveu. E eu confirmei o que já sabia: ninguém consegue escrever sol no meio das nuvens.

Acontece o mesmo quando estamos doentes. O meu filho disse, há dias, do alto dos seus 13 anos, que estava a começar a sentir uma dor na garganta. Era sexta-feira. Como bom pai que sou, respondi-lhe que só um lorpa adoece ao fim de semana. Quando andamos na escola, adoecer é à segunda, que é para podermos faltar. Deu resultado: a dor de garganta passou.
Quando era eu a criança, adoecia de escarlatina com felicidade. Até varicela ou sarampo. Partia a cabeça ou era operado ao pé. Ficava em casa cheio de vontade. Mas nunca, nunca adoecia com gripe. É que há uma diferença entre as primeiras dores e a gripe. Tudo o que citei é agudo por momentos e relaxante a seguir. A gripe, não. É um camião que nos atropela e depois volta para trás para nos voltar a atropelar. Não nos permite viver, apenas sobreviver. Ser operado ao pé tira a possibilidade de andar, é certo. Mas continuamos viçosos a poder, por exemplo, ler.

Estive doente. Ter-se-á notado pelo teor da crónica? Não li, não vi séries, não consegui sequer vibrar em condições com o jogo do meu clube. Sobrevivi na altura para poder dizer que sobrevivi a não ter feito nada. Como o meu amigo escritor. Estar doente de gripe é o mesmo que estar mal de amor. É um camião do lixo a atropelar-nos. No caso dele, com nome próprio e apelido. Nome de camião primeiro e depois só de lixo.

Publicações Relacionadas
  • Edição Nacional — O Quotidiano como o Sol
    Edição Nacional — O Quotidiano como o Sol

    26 Julho 2017

  • Edição Nacional | «Tornemo-nos doentes mentais», por Jorge Reis‑Sá
    Edição Nacional | «Tornemo-nos doentes mentais», por Jorge Reis‑Sá

    27 Dezembro 2021

  • Jorge Reis-Sá ganha o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2024
    Jorge Reis-Sá ganha o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2024

    20 Março 2025

  • EDIÇÃO NACIONAL — Património Vivo
    EDIÇÃO NACIONAL — Património Vivo

    01 Fevereiro 2016

  • Apresentação | Crónicas 1974-2001 | Nuno Brederode Santos
    Apresentação | Crónicas 1974-2001 | Nuno Brederode Santos

    19 Dezembro 2019

Crónicas Edição Nacional Jorge Reis-Sá Black tag icon
Publicações Relacionadas
  • Edição Nacional — O Quotidiano como o Sol

    Há 2 dias

  • Edição Nacional | «Tornemo-nos doentes mentais», por Jorge Reis‑Sá

    Há 2 dias

  • Jorge Reis-Sá ganha o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2024

    Há 2 dias

  • EDIÇÃO NACIONAL — Património Vivo

    Há 2 dias

  • Apresentação | Crónicas 1974-2001 | Nuno Brederode Santos

    Há 2 dias

Go Top Icon
Footer Logo Footer Logo
  • Facebook Logo
  • Instagram Logo
Loja Online INCM
Editora
Edições
Cultura
  • Notícias
  • Autores
  • Entrevistas
  • Opinião
  • Exposições
Digital
  • Livros em PDF
  • Audiolivros
  • Podcasts
  • Vídeos
  • Citações
  • Passatempos
Prémios
  • Prémios Literários
  • Prémio Jornalismo
  • Prémio de Arte
Infantojuvenil
História
Biblioteca
Livrarias
Transportes

Autocarros: 58

Metro: Rato

Coordenadas GPS

N 38º 43' 4.45" W 9º 9' 6.62"

Contacto

Imprensa Nacional, Rua da Escola Politécnica, Nº135, 1250-100 Lisboa

213945772editorial.apoiocliente@incm.pt
© 2025 Imprensa Nacional
Imprensa Nacional é a marca editorial da
Privacidade Termos e Condições Declaração de acessibilidade