
Deixar um verso a meio,
como a manhã —
se desiste.
Francisco José Viegas, in O Puro e o Impuro
Deixar um Verso a Meio é o mais recente título da coleção «Plural». Esta edição congrega grande parte da obra poética de Francisco José Viegas. Aqui podemos encontrar poemas reunidos das obras: As Imagens; Todas as Coisas; Caligrafias; Segredos; O Medo do Inverno; Poemas Irlandeses; O Puro e o Impuro; Poemas Islandeses; Sonetos Irregulares sobre as Coisas Comuns de Janeiro; Se me Comovesse o amor, Juncos à Beira do Caminho e ainda Cerejas de Chaoyang. Este é, pois, um livro feito da reunião de diversos livros, revelando ao leitor não apenas a versatilidade do autor como também a ampla dimensão da sua lírica.
Escreve Francisco José Viegas em nota a esta edição:
Volto a repetir o que escrevi em anterior reunião destes e de outros versos, sempre mais antigos uns do que outros: que há neste gesto alguma vaidade desnecessária e, ao mesmo tempo, a sensação de que se sobrevoou uma parte do deserto. Não há emendas adicionais — os versos são o que foram, não tenho desculpa.
Sobre a coleção «Plural»
Com a criação do Prémio INCM/Vasco Graça Moura
em 2015, a editora pública decide também fazer reviver esta
emblemática coleção e o essencial do seu objetivo. É desígnio
da nova Plural publicar as obras poéticas distinguidas no
âmbito do Prémio, mas também outras obras de indubitável
qualidade que não encontraram ainda a justa oportunidade
de publicação ou que são de acesso difícil para o público português.
Esta coleção renasce como espaço dedicado à poesia do
grande universo da língua portuguesa — espaço de liberdade,
espaço de literatura, espaço de difusão, espaço de pluralidade —
homenageando a memória plural do renascentista português
dos séculos XX e XXI que foi Vasco Graça Moura.
Criada em 1982 por Vasco Graça Moura, então administrador
responsável pelo pelouro editorial na INCM, a Plural acolheu,
até ao fecho daquela década, obras de novos mas já promissores
autores, que tiveram nela a sua primeira oportunidade
de publicação.
Entre os títulos publicados encontram-se obras
de ficção, ensaio, dramaturgia e mesmo artes plásticas, mas
sobretudo de poesia. A INCM assumia deste modo o papel
supletivo que lhe cabe na área editorial desde a sua fundação,
neste caso dando oportunidade aos novos.