Cumprindo-se em 2015 o VI Centenário da Tomada de Ceuta — primeira praça de além‑mar conquistada por Portugal, que se constituindo como marco da epopeia dos Descobrimentos Portugueses — a INCM apresenta a Crónica do Conde Dom Pedro de Menezes, nome maior e indissociável deste momento de afirmação da excelência de Portugal, e consequentemente da sua História.
Pode ler-se no prefácio à presente edição, da autoria de Manuela Mendonça, presidente da Academia Portuguesa da História:
Trata-se do segundo livro de uma trilogia com que Gomes Eanes de Zurara respondeu à necessidade de propaganda régia, de modo a valorizar e tornar conhecidos os grandes feitos dos portugueses no Norte de África. (…) Para ilustrar a ação política, elegiam-se os homens cuja atividade era capaz de simbolizar a força maior de um reino. Assim foi D. Pedro de Menezes, o homem que se disponibilizou para, ficando em Ceuta, assegurar essa praça para Portugal. Assumir essa tarefa terá constituído, para si, uma obrigação moral e um desafio. (…) Descendente da prestigiada família dos Telles de Menezes que, na sua maioria, haviam seguido o partido de D. Beatriz, em 1383, servindo os interesses de Castela, D. Pedro aspiraria a legitimar o seu regresso a Portugal e o acolhimento que D. João I lhe dispensara. (…) a capitania de Ceuta apresentava-se como o cargo ideal para a sua reabilitação social, no serviço da nova dinastia.
Atentos o valor histórico e a importância cultural e patrimonial desta obra de Zurara, a presente publicação é a reprodução em fac-símile da 1.ª edição impressa datada de 1792, em tiragem limitada e numerada, que conta ainda com nota prévia de D. Maria Mafalda da Silva de Noronha Wagner, representante de D. Pedro de Menezes e da Casa de Vila Real.
A Crónica do Conde Dom Pedro de Menezes imortaliza o nome do primeiro capitão e governador de Ceuta e os seus feitos gloriosos, ao mesmo tempo que divulga e exalta a política expansionista de Portugal no norte de África, bem como a obra e magnitude do seu heroico povo.
Um primeiro momento no sentido da «globalização», da história de Portugal para a história do mundo.
CSG/RAS