Aurélio Manuel Furdela (Maputo, 1973) é o vencedor da 2.ª edição do prémio literário Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM)/Eugénio Lisboa. O Prémio INCM/Eugénio Lisboa contempla a edição da obra vencedora, bem como a atribuição do valor monetário de 5000 € (cinco mil euros) ao vencedor.
O júri constituído pelo escritor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa, na qualidade de Presidente, por Teresa Manjate e Paula Mendes, deliberou atribuir o prémio de prosa literária INCM/Eugénio Lisboa ao texto Saga d’Ouro, da autoria de Aurélio Furdela, e uma menção honrosa a Sonhos Manchados, Sonhos Vividos, de Agnaldo Bata.
A atribuição do Prémio INCM/Eugénio Lisboa a Saga d’Ouro deve-se, segundo o júri, ao facto da escrita acurada a nível linguístico e por manifestar um domínio sobre as técnicas da narrativa. Por seu turno, a atribuição de menção honrosa a Sonhos Manchados, Sonhos Vividos deve-se à criatividade, a nível temático, da obra.
Concorreram à 2.ª edição do Prémio INCM/Eugénio Lisboa um total de 15 textos, dos quais 13 entregues em Maputo e 2 entregues nas províncias.
Este importante prémio literário foi criado em 2017 pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, dando corpo à sua missão de promoção e preservação da língua portuguesa e tendo em consideração a relevância de Eugénio Lisboa, enquanto cidadão e homem de cultura nascido em Moçambique, mas também como seu autor.
O Prémio INCM/Eugénio Lisboa visa selecionar trabalhos inéditos de grande qualidade no domínio da prosa literária e, além de uma componente pecuniária, contempla a publicação das obras distinguidas em cada edição, incentivando desta forma a criação literária moçambicana.
Nota Biográfica do vencedor:
Aurélio Furdela, escritor, dramaturgo, guionista e letrista, com livro de estreia De Medo Morreu o Susto (conto), publicado pela AEMO. Em 2003, lança a coletânea de crónicas O Golo que Meteu o Árbitro (AEMO) 2006. Em 2012 publica o segundo livro de contos, As Hienas Também Sorriem (AEMO). Está representado nas antologias Lusofônica La Nuova Narrativa in Língua Portoghese (2005), com o conto Da Mocidade à Velhice de Lacrina traduzido para italiano e A Minha Maputo (2012), com o conto Um Homem com 33 Andares na Cabeça, também inserido na revista brasileira Macondo. Como dramaturgo escreveu e publicou várias peças originais para o programa de teatro radiofónico Cena Aberta, da Rádio Moçambique, nas quais destaca-se Gatsi Lucere, publicada posteriormente em livro pela AMOLP, 2005. Autor de duas radionovelas, no âmbito do programa N’weti em Moçambique. Como letrista, salienta-se da sua lavra a autoria da canção oficial da X Edição do Festival Nacional da Cultura – 2018. Distinguido com Prémio Revelação de Literatura AEMO/Instituto Camões – 2003; Prémio Revelação de Texto Dramático AMOLP/Instituto Camões – 2003; Prémio Revelação da Revista TVZINE, 200; Prémio Nacional de Texto Dramático Sobre HIV-2003, promovido pelo Ministério da Cultura. Em 2017 Prémio Literário 10 de Novembro, instituído em homenagem à Cidade de Maputo. Licenciado em História, pela Universidade Eduardo Mondlane.
Nota biográfica da menção honrosa:
Agnaldo Bata nasceu em 3 de Maio de 1991, no Chamanculo arredores da cidade de Maputo. É Licenciado em Sociologia, escreve prosa e peças teatrais, tendo as suas obras presença no Festival Internacional de Teatro de Inverno (organizado pela associação Girassol) com o grupo Teatral Skhendla entre 2013 e 2016. Em 2015 foi premiado no Concurso Literário dos 40 Anos do Banco de Moçambique na categoria de Romance com a obra Na Terra dos Sonhos que veio a ser editada e publicada pela Alcance Editores em 2017, sendo esta a sua obra de estreia. Entre as peças teatrais escritas destaca-se A Queda do Império de Gaza, apresentada em Maputo e Luanda (Angola) no 10.º Festival internacional do Cazenga em 2015.