No próximo dia 28 de fevereiro, pelas 18 horas, terá lugar, na sala da Biblioteca da Imprensa Nacional, em Lisboa, a apresentação do livro O Essencial sobre Charles Baudelaire, de Jorge Fazenda Lourenço, numa sessão que contará com a presença do autor e do editor, Duarte Azinheira.
Com uma vida boémia, um dandismo e um génio que o transformaram numa lenda da literatura universal, o francês Charles Baudelaire (1821-1867) renovou o modo de fazer e entender a poesia e a crítica de arte do seu tempo, propondo uma nova ideia de modernidade contra a ideia positivista de progresso.
A sua obra mais conhecida As Flores do Mal sofreu censura, escandalizou o seu tempo e rompeu com a poesia tradicional, abrindo caminhos à poesia moderna. Parte desse renovo radicou na intensificação do paradoxo como método de erosão do lirismo sentimental e na consideração da vida urbana como objeto de meditação poética.
Les Fleurs du Mal não são um florilégio. Como Baudelaire dirá a Vigny, numa carta de 1861, a propósito da segunda edição, mas valendo igualmente para a primeira: «O único elogio que eu peço para este livro é o reconhecimento de que não se trata de um simples álbum e de que tem um começo e um fim.» O cuidado na disposição sequencial das secções do livro é igualmente detetável nas continuidades e contrastes que os poemas vão formando entre si, no modo como os temas se vão sobrepondo e justapondo de poema para poema e no interior de cada um.
Jorge Fazenda Lourenço in O Essencial sobre Charles Baudelaire
Tido por alguns como o Dante dos tempos modernos, o poeta fez de Paris a capital da melancolia, com as suas dores e fantasmagorias, os seus aspetos grotescos, e uma beleza efémera que é desejo de transcendência.
Em O Essencial sobre Charles Baudelaire, Jorge Fazenda Lourenço acompanha a vida e a obra do poeta francês e procura mostrar como Baudelaire propôs, na Paris de meados do século xıx, uma leitura muito particular da tradição e de sua relação com a modernidade.