O famoso Dicionário de Eça de Queiroz, da responsabilidade de Alfredo Campos Matos, acaba de sair na sua 3.ª edição, ilustrada, revista e ampliada, sob a chancela da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, numa parceria com a Imprensa Oficial do Governo do Estado de São Paulo e a Academia Brasileira das Letras.
Primeiro dicionário literário de autor publicado em Portugal, o Dicionário de Eça de Queiroz é uma obra de caráter informativo e ensaístico, que pretendeu, logo aquando da 1.ª edição em 1988, constituir uma compilação abrangente (663 entradas) e de fácil manuseamento do conjunto «ideal» de conhecimento disponível em torno de Eça; um complemento de leitura.
A intensa procura, quer em Portugal quer no Brasil, assim como o aparecimento contínuo de novos estudos e novas interpretações da obra de Eça justificaram uma 2.ª edição em 1993, acrescida de 134 novas entradas e alguns apêndices para auxílio ao utilizador; e em 2000 a publicação de um Suplemento com 244 novos verbetes.
A 3.ª edição que agora é trazida a público resulta da integração dos dois volumes anteriores, de conteúdo novamente aumentado: mais 82 entradas, resultantes da investigação entretanto desenvolvida, e perfazendo já um total de 1123 verbetes da responsabilidade de 95 investigadores, sob a organização e coordenação de A. Campos Matos.
A pluralidade de colaborações dá a esta obra um caráter particularmente aberto, onde é possível encontrar tantas exegeses quantos os pontos de vista.
A quase duplicação dos conteúdos em pouco menos de trinta anos prova que a leitura de Eça se constitui de uma infinitude de possibilidades, e que a sua narrativa é uma fonte inesgotável de estudo ou, como diz Campos Matos na sua nota preambular a esta edição, «um poço sem fundo de novidades e surpresas».
No conteúdo do Dicionário de Eça de Queiroz o leitor encontrará diferentes tipos de informação:
- relativa às personagens, sua caracterização física e psicológica; identificação dos aspetos autobiográficos; sua evolução e função narrativa; e seu estatuto semântico;
- referências a outros escritores, ilustradores, mentores contemporâneos de Eça;
- contextualização histórica e cultural, referências a costumes, situações, objetos, toponímias;
- vocabulário entretanto caído em desuso;
- artigos publicados na época e atualmente de difícil acesso;
- índices diversos, destinados a apoiar o manuseamento deste precioso auxiliar de leitura.
O Dicionário de Eça de Queiroz é já uma obra de referência incontornável.
RAS
Em «A Ronda da Noite» (Antena 2), Luís Caetano conversa com Alfredo Campos Matos.