A Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) apresentou ontem, dia 1 de fevereiro, pelas 17 horas, o seu plano editorial para 2016. A apresentação pública decorreu, como vem sendo habitual, na bonita Biblioteca da Rua da Escola Politécnica, perante uma plateia muito numerosa.
No total, a INCM publicará em 2016 aproximadamente 90 títulos, dos quais 66 pertencentes ao seu plano de serviço público e os restantes estendendo-se à edição jurídica e às edições em parceria com outras entidades tuteladas pelo Estado no domínio da cultura (museus, teatros e outras).
Distribuídas por diversas coleções que vão da poesia às edições críticas, passando pelas obras completas, pelo design, pela história, filosofia, infantojuvenil ou pelas obras de caráter jurídico, as edições da INCM continuam, em 2016, a ir ao encontro da sua missão primordial: publicar obras essenciais da cultura nacional e universal e preservar, promover e ampliar o património bibliográfico da língua portuguesa.
Eça de Queirós, Bocage e Sá de Miranda são três grandes apostas da INCM para este ano. Uma biografia com nova e vibrante informação sobre Eça é editada pela primeira vez em Portugal. Quanto a Bocage, serão ao todo três os volumes que constituem as obras completas, que sairão ao longo do ano em que se assinala o 250.o aniversário do nascimento do poeta de Setúbal. Já de Sá de Miranda, a INCM destaca a Poesia Completa, uma edição que se estabelecerá como referência absoluta na obra deste autor.
Por falar em ciclos integrais, a cultura portuguesa continua em destaque na edição, que se prevê marcante, do teatro completo de Natália Correia, incluída na coleção Biblioteca de Autores Portugueses.
Os autores clássicos constituem a base de todo o plano editorial para 2016. As coleções de Edições Críticas vão continuar a acolher obras seminais de Almeida Garrett, Camilo Castelo Branco, Eça de Queirós e Fernando Pessoa.
De salientar ainda a Biblioteca Fundamental da Literatura Portuguesa, coleção que pretende disponibilizar o que pode ser o cânone literário português, que em 2016 prossegue com As Pupilas do Senhor Reitor de Júlio Dinis, O Crime do Padre Amaro de Eça de Queirós, Vinte Horas de Liteira de Camilo Castelo Branco, e História de Menina e Moça de Bernardim Ribeiro, entre outros.
No ano em que se celebra o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, a coleção Essencial dedicará um dos seus títulos ao autor de Aparição. Picasso será também outro dos nomes escolhidos para continuar a ampliar a coleção de bolso, tal como Bocage, Leonardo Coimbra e Philip Roth.
O livro infantojuvenil é contemplado na coleção Grandes Vidas Portuguesas: prevê-que venham juntar-se aos oito títulos já publicados as biografias da Marquesa de Alorna, da Ferreirinha e de mais outros dois nomes importantes da cultura portuguesa. Em 2016 terá ainda início uma nova coleção para o público juvenil que tratará temas da cidadania.
A coleção D, dedicada exclusivamente ao design português, juntará aos onze títulos já publicados mais duas monografias focadas na obra de designers nacionais.
Já a nova coleção Plural, focada na poesia em língua portuguesa, continuará a somar títulos, e às obras dos autores distinguidos na primeira edição do Prémio INCM/Vasco Graça Moura, história do século vinte de José Gardeazabal e Fade Out de Alexandre Sarrazola, juntar-se-ão novos poetas da língua portuguesa.
Numa linha iniciada há já alguns anos, a palavra-chave da INCM continua a ser «parceria», maioritariamente com operadores públicos no domínio da cultura. A existência de um protocolo com a Direção-Geral do Património Cultural continua a assegurar a edição de catálogos de exposições e outras obras dos principais museus, palácios e teatros nacionais, entre os quais o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional de Arte Contemporânea, o Museu Nacional de Arqueologia, o Museu Nacional Soares dos Reis, o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro Nacional de São João, o Teatro Nacional de São Carlos, e o Panteão Nacional.
Em 2016 decorrerá a segunda edição do Prémio INCM/Vasco Graça Moura. O Ensaio é este ano a categoria escolhida para este prestigiante prémio, com o livro vencedor a ser editado através da coleção Olhares.
Assinalando o compromisso da editora pública para o corrente ano, à apresentação do Plano Editorial seguiu-se de um magnífico concerto pela orquestra Metropolitana e a soprano Ana Quintans interpretando obras de Henry Purcell, que teve lugar no invulgar cenário das oficinas gráficas da editora pública, no edifício da Rua da Escola Politécnica.
Mais um fim de tarde memorável na INCM, com aplausos, bravos, encore e ovação de pé!
TPR / RAS