Joana Meirim é a vencedora, por unanimidade do júri, do Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura 2022, pelo seu trabalho Uma Carta à Posteridade — Jorge de Sena e Alexandre O’Neill.
O galardão, instituído em 2015 pela Imprensa Nacional, tem uma periodicidade anual e distingue, rotativamente, trabalhos inéditos nas áreas de atuação onde Vasco Graça Moura mais se destacou: Poesia, Ensaio e Tradução. A edição de 2022 foi dedicada ao género Ensaio.
O Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura contou com Pedro Mexia, escritor e crítico, como presidente do júri, do qual fizeram igualmente parte o poeta e editor Jorge Reis-Sá e a professora universitária Joana Matos Frias.
Na fundamentação da escolha do trabalho vencedor deste ano, o júri declarou o seguinte:
«Investigando um conjunto de tons e tendências em Sena e em O’Neill (o azedume e a ‘desimportantização’, as polémicas e as paródias, a veemência do gosto e o desgosto da eloquência), Joana Meirim demonstra, com grande conhecimento dos textos e fluidez discursiva, o modo bem distinto como dois poetas portugueses contemporâneos se confrontaram com um tempo e um país, com a fugacidade e a imortalidade, e com a ideia de poesia.»
O júri, em unanimidade, decidiu também atribuir uma menção honrosa a Um Rádio Para Ouvir Londres — Ensaio sobre o Não‑Direito do Estado de Guerra do III Reich, de Jaime Freire, «texto informado e ambicioso que convoca, através da História, da ideologia e da literatura, os usos e abusos do Direito e da linguagem, as leis da guerra, a ‘traição dos intelectuais’ e a herança dos totalitarismos», lê-se na fundamentação do júri.
Os trabalhos de Joana Meirim e Jaime Freire foram distinguidos por entre as cerca de 60 candidaturas recebidas.
Tanto Uma Carta à Posteridade — Jorge de Sena e Alexandre O’Neill como Um Rádio para Ouvir Londres deverão ser publicados, já em 2023, na coleção «Olhares» da Imprensa Nacional, a marca editorial da Imprensa Nacional-Casa da Moeda. A vencedora, Joana Meirim, receberá ainda 5 mil euros do valor pecuniário do prémio.
Joana Meirim é professora auxiliar convidada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da Universidade Católica Portuguesa e colaboradora do IELT (Nova-FCSH). Doutorou-se no Programa em Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa com uma tese dedicada a Alexandre O’Neill e Jorge de Sena. Recentemente editou um volume de entrevistas de Alexandre O’Neill (Tinta da China, 2021), coorganizou um livro sobre o ensino da literatura (IELT-Nova FCSH, 2021) e um livro sobre a crítica de Jorge de Sena (Biblioteca Nacional de Portugal, 2022).
Jaime Freire é escritor, ensaísta e advogado. Publicou, entre outros, os livros de ficção: O Homem da Superfície (Editorial Escritor, 1997), Conversa na Ilha da Jana (Black Sun Editores, 1998), Os Dragões de Komodo (Black Sun Editores, 2001), Any Time is Tee Time e outras histórias (Angelus Novus, 2003), A Japonesa Nua (Ed. Autor, 2009) e Mata! Mata! — AViagem de Wargus (Douda Correria, 2021); e de não ficção os ensaios jurídicos: Liberdade e Cânone: o Tribunal e a Prova dos Factos (Julgar Online/Associação Sindical dos Juízes Portugueses, ASJP, 2013), O Desespero em Direito Penal (Julgar Online/ASJP, 2014), Aspectos da Forma Forense e da sua Condição Ilustrada (Julgar Online/ASJP, 2016), A Hora das Musas (Julgar Online/ASJP, 2017) e A Polícia, a Constituição e a Força Policial (Investigação Criminal n.º 12 — Revista de Investigação Criminal, Ciências Criminais e Forenses/Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária, ASFICPJ, 2022).