“(…) O Delegado do Tesouro no Distrito Administrativo do Porto nunca fez caso das ordens do Ministério da Fazenda para mandar imprimir na Imprensa Nacional os papéis de que carece para o seu expediente. Por diferentes vezes lhe oficiai a este respeito, e nem sequer me respondeu. Em 24 de Abril último dirigi-me a V. E. queixando-me daquele empregado, e pedindo providências para o obrigar a cumprir a Portaria Circular de 18 de Junho de 1851,
Continuando porém a obstinação do dito Delegado, oficiei-lhe para que se serviço declarar-me que motivos poderia ter para o seu procedimento em contravenção das ordens do Gov. de Sua Majestada, e em detrimento dos interesses desta Casa, cuja manutenção depende especialmente do produto do seu trabalho, e que irá gravar o orçamento do Estado se por ventura lhe faltarem aqueles meios. Em consequência das muitas intâncias respondeu-me o Delegado do Tesouro como V. E. poderá ver da inclusa cópia nº 1 – As razões que o Delegado alega para se negar ao que estritamente lhe foi ordenado na citada portaria de 18 de Junho são meras evasivas, facéis de avaliar pela pessoa menos experiente destes objectos. Respondi-lhe como costa da cópia nº 2, e parece-me que rebati aquelas evasivas, mas o resultado é o mesmo nem sequer uma resposta desde 6 de Setembro! Abstenho-me de classigicar este procedimento, e só dou parte dele a V. E. para que se digne de obrar como julgar conveniente.

(…) 28 de Outubro 1852.

Ill.mo e Ex.mo Sr. Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda.

O Ad. G.
F.” (nº 95)