Manuel Maria Barbosa du Bocage foi uma das mais complexas e notáveis figuras do Iluminismo em Portugal. Autor versátil de múltiplas formas de poesia, dramaturgo e tradutor rigoroso — aliás tradutor da Imprensa Nacional — Bocage entrou em colisão declarada com a estética literária estabelecida, com a moral mais conservadora e com a hipocrisia dos costumes, tendo sido particularmente reconhecido e apreciado entre as classes letradas do seu tempo.
Temos um desafio para si: escolha os seus versos preferidos de Manuel Maria Barbosa du Bocage e partilhe-os na nossa página de Facebook, a incm livros, em comentário ao post deste passatempo.
Quem publicar os versos que receberem mais gostos ganha um exemplar do mais recente título da «Obra Completa de Bocage», Traduções.
É válida uma candidatura por pessoa e tem até dia 10 de maio para participar! Boa sorte! Descubra ou redescubra a obra deste poeta do Iluminismo com a Imprensa Nacional e a coleção «Obra Completa de Bocage», uma vasta obra que:
[foi] publicada entre 1790 e 1805, foi condicionada pelo seu percurso existencial acidentado, que, com frequência, lhe retirou a tranquilidade almejada para a composição poética e o forçou, por vezes, a assumir alguns compromissos indesejados. O autor foi explícito relativamente à precariedade do seu quotidiano:
«Se […] eu projectasse a defensa dos meus versos, ainda que vãmente, acarretara, encarecera talvez os desgostos, os males, as fadigas de uma vida inquieta e indigente, de que não são vexados os que compõem melhor que eu, ou o presumem.»
O escritor evocava as duas deserções das Forças Armadas, a fome e a insegurança (no limite da sobrevivência) sentidas durante o périplo asiático, percorrendo países hostis aos estrangeiros, os vários encarceramentos sofridos, a reclusão no Tribunal do Santo Ofício, a miséria quotidiana e a sua saúde instável, que se deteriorou consideravelmente pouco antes de atingir os 40 anos, idade com que faleceu.
In «Introdução», Sonetos, Sátiras, Odes, Epístolas, Idílios, Apólogos, Cantatas e Elegias – Tomo I.
A organização, fixação do texto e notas da «Obra Completa de Bocage» ficaram a cargo de Daniel Pires.
Daniel Pires, é licenciado em Filologia Germânica e doutorado em Cultura Portuguesa, foi professor cooperante em São Tomé e Príncipe e em Moçambique, professor do ensino secundário e leitor de português nas Universidades de Glasgow, Macau, Cantão e Goa.
Dirige o Centro de Estudos Bocageanos desde a sua fundação, em 1999. É autor de, entre outras, as seguintes obras: Dicionário de Imprensa Literária Portuguesa do Século XX, Dicionário Cronológico da Imprensa Macaense do Século XIX, Bocage. A Imagem e o Verbo, bem como de ensaios sobre Camilo Pessanha, Wenceslau de Moraes, o Padre Malagrida, o Marquês de Pombal e Raul Proença. Colaborou no Dicionário de Fernando Pessoa, Dicionário da República, Dictionary of Literature of the Iberian Peninsula, Cambridge Guide to World Theatre, Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Dicionário de História de Portugal e Dicionário do 25 de Abril.